sábado, 24 de janeiro de 2009

Um comentário sobre a natureza da ação

Em sentido amplo, não existe a possibilidade de o homem não agir, pois todo movimento ligado ao pensar e ao sentir já é ação. Em sentido restrito, a ação tem a ver com a consumação do pensamento e do sentimento, gerando resultados visíveis. Essa consumação, por sua vez, pode ser feita diretamente ou influenciando outros a agir por meio da comunicação.

No hinduismo e no budismo o agir gera débitos, ou "karma". No cristianismo a ação gera o "pecado" - em pensamentos, palavras e obras -. Nessas religiões assume-se que o meio termo está na ação responsável, coerente com os valores fundamentais da religião, o que elimina os efeitos do karma e do pecado.

No mundo secular, as propostas contemplam: 1) o agir pragmaticamente, isto é, sacrificar os valores aos fins - maquiavelismo, capitalismo selvagem, nazismo, fascismo e marxismo -; 2) o agir com senso crítico orientado por valores humanistas universais - liberalismo popperiano e social-democracia -; 3) postergar a ação e pregar grandes ideais - idealismo, racionalismo, sentimentalismo -.

Como ser potencialmente racional, o homem lida com o problema da ação investigando o verdadeiro e o falso: diante do fato consumado, preventivamente ou preditivamente. Entretanto, ele o faz a partir de valores que estão arraigados em sua consciência. Portanto, a investigação da natureza da ação é paralela à investigação do problema da verdade, mas limitada pelas crenças e valores que conduzem o investigador.

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