sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

O choque do desejo contra a realidade

O desejo é o combustível da vida. A realidade é o obstáculo a ser superado com inteligência e sabedoria.

Com a sabedoria judáica antiga (ver Gênesis 4:7) aprende-se que o desejo pode voltar-se contra aquele que o alimenta, tornando-se o pecado que espreita à porta. A solução proposta contra essa cilada é o domínio próprio.

Na sabedoria védica (veja-se a Bhagavad Gita) o desejo, especialmente o desejo de posse, é apresentado como o grande inimigo a desviar o ser humano do seu objetivo na Terra. O tema é retomado por Buda, que afirma ser o desejo a fonte de todo sofrimento, e o seu controle a solução para todos os males.

Sócrates ressaltou que o segredo da felicidade está em não desejar mais do que o estritamente necessário para se levar uma vida saudável. Ele recomendou, por exemplo, o uso de alimentos crus ao invés de sofisticadas e caras refeições cujos princípios ativos dos alimentos foram destruídos.

Freud reabilitou o desejo como o combustível que move a vida, mas ressaltou que a realidade pune tanto os que o reprimem de forma exagerada quanto os que a ele dão vazão sem autodomínio.

Vez por outra até mesmo os pregadores religiosos ortodoxos se perdem com o tema e estimulam suas ovelhas a "nunca desistirem dos seus sonhos". Muitas vezes esse tipo de conselho é bastante adequado para aumentar a auto-estima e motivar as pessoas; porém, se as pessoas não tiverem maturidade para colocar esse conselho em prática, ele pode tornar-se uma nova fonte de sofrimento.

As soluções encontradas por todos os sábios que trataram do assunto é sempre a mesma: autoconhecimento e autodisciplina. Só assim o desejo pode ser traduzido em sonhos e metas, gerando alegria de viver sem voltar-se contra a saúde do ser humano.

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