quarta-feira, 27 de maio de 2009

O conhecimento mais profundo

O ser humano, dizem alguns sábios, está no mundo para conhecer: a si mesmo, ao outro, à natureza e a Deus.

Algumas pessoas concentram-se no conhecimento das leis da natureza, tornando-se cientistas famosos. Einstein, por exemplo.

Algumas pessoas preferem construir e operar sistemas produtivos de bens de consumo, como foi o caso de Henry Ford.

Outras há que se dedicam ao conhecimento de Deus, como São Francisco de Assis.

Outras, ainda, dedicam-se ao conhecimento de si mesmas, como Sócrates.

Ninguém pode conhecer tudo sobre tudo. E mesmo quando se tenta conhecer tudo sobre um tema muito específico, suspeita-se de que a pessoa se torne apenas um profundo ignorante.

Entretanto, o conhecimento mais profundo, conforme acredito, está em aproveitar cada oportunidade para construir um mundo melhor, de acordo com as possibilidades de cada um.

Essa postura de enfrentar o desafio que se coloca a cada momento, suponho, levará ao conhecimento possível sobre tudo que puder ser conhecido durante a vida.

terça-feira, 26 de maio de 2009

Trevas, fogo e luz

O ser humano, conforme o compreendo, começa sua vida nas trevas, avança sob o fogo de sua energia e, se bem-sucedido, realiza-se plenamente na luz da sabedoria.

Ao nascer, tudo são trevas, pois nada compreende e depende totalmente de suporte externo para viver. Prevalece a necessidade básica de sugar tudo ao seu redor para si mesmo. Ele é o centro do mundo, pois nada mais consegue conceber além de si.

Avançando um pouco mais, a criança, a partir de certa idade, toma consciência de que não é o centro do mundo. A partir dai, e movida pelo fogo de sua energia, segue pela adolescência e juventude desejando, usufruindo e acumulando o que estiver ao seu alcance.

Na maturidade, se esta vem a ocorrer, o adulto tem a oportunidade de olhar para trás e compreender o que andou fazendo pela vida. Caso suas necessidades básicas tenham sido satisfeitas, há a possibilidade de que descubra a luz da sabedoria. Neste instante ele não mais luta para possuir coisas, mas apenas busca compreender a grandiosidade de sua existência, primeirarmente aceitando-a como insignificante diante do Universo.

A realização final do ser humano só ocorre quando, deixando para trás as trevas da ignorância e o fogo que o impulsionou, pode descansar sob a luz da sabedoria. Contudo, poucos felizardos atingem plenamente esse grau máximo de realização.

terça-feira, 19 de maio de 2009

O homem nem sempre é um ser humano

Conforme afirmou Comenius (1592-1670) em sua Didática Magna, o homem não nasce pronto: precisa ser formado pela educação. Entretanto, Raimundo Luliu (1232-1316), já havia chamado a atenção para o fato de que o homen tem, potencialmente, todos os animais dentro de si, inclusive os mais ferozes. Assim, a instrução neutra poderia dar-lhe meios de colocar em ação sua animalidade em alto grau. Marx (1818–1883) defendeu que o homem poderia adquirir qualquer natureza que lhe fosse infundida pela educação, desde que as condições econômicas fossem justas. Já Freud (1856 — 1939), embora reconhecesse a necessidade de justiça econômica, argumentou que, tendo em vista o conhecimento que até então se tinha sobre a natureza humana, a proposta de Marx era uma ilusão sem futuro.

Qualquer observador atento pode concluir que, infelizmente, o homem nem sempre é um ser humano. Mas não sabemos, ainda, em que extensão ele poderia ser geneticamente um animal qualquer, ou se poderia ser aculturado independente de sua animalidade. Nos casos extremos, assume-se que ele é doente - psicopata, por exemplo-, neste caso insensível a qualquer distinção entre o bem e o mal. Muitas vezes o portador de doenças anti-sociais encontra-se em condições de fazer o mal aos seus semelhantes, assediando-os de maneira sutil ou, ocasionalmente, agindo em larga escala - caso de Hitler -.

Principalmente pelo fato constatado de que o homem nem sempre é um ser humano, a educação precisa assumir um papel central, não só visando a identificar e tentar domesticar a animalidade demoníaca dos homens doentes (visão de Erich Fromm), como para despertar em cada homem os seus potenciais de criatividade construtiva. A educação, embora deva ser baseada no amor, na arte, nos esportes e no trabalho, não pode, ainda, prescindir dos elementos de coação dos instintos destrutivos que queiram realizar os seus potenciais em detrimento da sociedade e da preservação do Planeta.

Fiquemos atentos!

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Prospectando oportunidades de aperfeiçoamento

Se o homem fosse um mero operador de padrões imutáveis, ainda que perfeitos, ele não seria mais do que um autômato. Porém, como ser sensível-pensante, sua natureza demanda estímulos que eliminem o tédio sem, contudo, conduzí-lo para um estado permanente de ansiedade.

Assim, se educado para usar suas faculdades propriamente humanas, o homem pode sempre e em todo lugar tornar-se um prospector de oportunidades de aperfeiçoamento de tudo que estiver ao seu alcance, seja ele empregado, empresário ou profissional liberal.

Olhando para si mesmo, por meio da auto-análise, ele pode encontrar inúmeras oportunidades para aperfeiçoar o próprio caráter. Olhando para o outro ele pode descobrir qualidades que precisa refinar em si mesmo, além de defeitos que não gostaria de repetir.

Olhando para o ambiente em torno de si, o homem pode identificar oportunidades para mantê-lo compatível com suas exigências de beleza e ordem.

Enfim, a educação do homem deve despertar nele o interesse por melhorar tudo que estiver ao seu alcance, de acordo com prioridades que tornem a sua ação produtiva e promotora da alegria de ser.

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Enfrentando a dinâmica existencial

A dinâmica existencial é esta: herdar um modo de vida, reformar o modo de vida, revolucionar o modo de vida. Ao fazer isso combinando emoção, inteligência e razão, caminha-se para realizar o potencial de existir no mundo. Mas isso não é suficiente, pois é como se fizéssemos o trabalho de Sísifo, começando, a cada dia, o trabalho perdido no dia anterior.

A dinâmica existencial - existir no mundo -, só pode ser satisfatória quando superamos o materialismo, grosseiro ou dialético, pelo vislumbre do ser transcendente que existe em cada um de nós. A percepção de que o real está além de tudo que podemos conhecer objetivamente é que dá sentido à vida e nos faz superar o medo de viver. O pior que pode acontecer é aceitarmos uma vida restrita e submissa às leis aparentes do mundo cão.

É preciso, pois, mergulhar em si mesmo para vislumbrar a realidade. Isso pode ser feito de forma solitária, por alguns, mas a maioria precisa de apoio de especialistas. Para algumas pessoas, bastam bons amigos e uma família unida para descobrir o sentido da vida. Mas não se deve menosprezar a psicanálise e a religião - a verdadeira, óbvio - como fontes da descoberta do mundo que subjaz a este mundo de aparências.

O verdadeiro enfrentamento da dinãmica existencial visa à superação das ilusões da existência aparente. Um texto muito apropriado para alimentar uma reflexão sadia sobre o tema é O Mito da Caverna, de Platão, apresentado a seguir.


O Mito da Caverna
Platão

SÓCRATES – Figura-te agora o estado da natureza humana, em relação à ciência e à ignorância, sob a forma alegórica que passo a fazer. Imagina os homens encerrados em morada subterrânea e cavernosa que dá entrada livre à luz em toda extensão. Aí, desde a infância, têm os homens o pescoço e as pernas presos de modo que permanecem imóveis e só vêem os objetos que lhes estão diante. Presos pelas cadeias, não podem voltar o rosto. Atrás deles, a certa distância e altura, um fogo cuja luz os alumia; entre o fogo e os cativos imagina um caminho escarpado, ao longo do qual um pequeno muro parecido com os tabiques que os pelotiqueiros põem entre si e os espectadores para ocultar-lhes as molas dos bonecos maravilhosos que lhes exibem.
GLAUCO - Imagino tudo isso.
SÓCRATES - Supõe ainda homens que passam ao longo deste muro, com figuras e objetos que se elevam acima dele, figuras de homens e animais de toda a espécie, talhados em pedra ou madeira. Entre os que carregam tais objetos, uns se entretêm em conversa, outros guardam em silêncio.
GLAUCO - Similar quadro e não menos singulares cativos!
SÓCRATES - Pois são nossa imagem perfeita. Mas, dize-me: assim colocados, poderão ver de si mesmos e de seus companheiros algo mais que as sombras projetadas, à claridade do fogo, na parede que lhes fica fronteira?
GLAUCO - Não, uma vez que são forçados a ter imóveis a cabeça durante toda a vida.
SÓCRATES - E dos objetos que lhes ficam por detrás, poderão ver outra coisa que não as sombras?
GLAUCO - Não.
SÓCRATES - Ora, supondo-se que pudessem conversar, não te parece que, ao falar das sombras que vêem, lhes dariam os nomes que elas representam?
GLAUCO - Sem dúvida.
SÓRATES - E, se, no fundo da caverna, um eco lhes repetisse as palavras dos que passam, não julgariam certo que os sons fossem articulados pelas sombras dos objetos?
GLAUCO - Claro que sim.
SÓCRATES - Em suma, não creriam que houvesse nada de real e verdadeiro fora das figuras que desfilaram.
GLAUCO - Necessariamente.
SÓCRATES - Vejamos agora o que aconteceria, se se livrassem a um tempo das cadeias e do erro em que laboravam. Imaginemos um destes cativos desatado, obrigado a levantar-se de repente, a volver a cabeça, a andar, a olhar firmemente para a luz. Não poderia fazer tudo isso sem grande pena; a luz, sobre ser-lhe dolorosa, o deslumbraria, impedindo-lhe de discernir os objetos cuja sombra antes via.
Que te parece agora que ele responderia a quem lhe dissesse que até então só havia visto fantasmas, porém que agora, mais perto da realidade e voltado para objetos mais reais, via com mais perfeição? Supõe agora que, apontando-lhe alguém as figuras que lhe desfilavam ante os olhos, o obrigasse a dizer o que eram. Não te parece que, na sua grande confusão, se persuadiria de que o que antes via era mais real e verdadeiro que os objetos ora contemplados?
GLAUCO - Sem dúvida nenhuma.
SÓCRATES - Obrigado a fitar o fogo, não desviaria os olhos doloridos para as sombras que poderia ver sem dor? Não as consideraria realmente mais visíveis que os objetos ora mostrados?
GLAUCO - Certamente.
SÓCRATES - Se o tirassem depois dali, fazendo-o subir pelo caminho áspero e escarpado, para só o liberar quando estivesse lá fora, à plena luz do sol, não é de crer que daria gritos lamentosos e brados de cólera? Chegando à luz do dia, olhos deslumbrados pelo esplendor ambiente, ser-lhe ia possível discernir os objetos que o comum dos homens tem por serem reais?
GLAUCO - A princípio nada veria.
SÓCRATES - Precisaria de algum tempo para se afazer à claridade da região superior. Primeiramente, só discerniria bem as sombras, depois, as imagens dos homens e outros seres refletidos nas águas; finalmente erguendo os olhos para a lua e as estrelas, contemplaria mais facilmente os astros da noite que o pleno resplendor do dia.
GLAUCO - Não há dúvida.
SÓCRATES - Mas, ao cabo de tudo, estaria, decerto, em estado de ver o próprio sol, primeiro refletido na água e nos outros objetos, depois visto em si mesmo e no seu próprio lugar, tal qual é.
GLAUCO - Fora de dúvida.
SÓCRATES - Refletindo depois sobre a natureza deste astro, compreenderia que é o que produz as estações e o ano, o que tudo governa no mundo visível e, de certo modo, a causa de tudo o que ele e seus companheiros viam na caverna.
GLAUCO - É claro que gradualmente chegaria a todas essas conclusões.
SÓCRATES - Recordando-se então de sua primeira morada, de seus companheiros de escravidão e da idéia que lá se tinha da sabedoria, não se daria os parabéns pela mudança sofrida, lamentando ao mesmo tempo a sorte dos que lá ficaram?
GLAUCO - Evidentemente.
SÓCRATES - Se na caverna houvesse elogios, honras e recompensas para quem melhor e mais prontamente distinguisse a sombra dos objetos, que se recordasse com mais precisão dos que precediam, seguiam ou marchavam juntos, sendo, por isso mesmo, o mais hábil em lhes predizer a aparição, cuidas que o homem de que falamos tivesse inveja dos que no cativeiro eram os mais poderosos e honrados? Não preferiria mil vezes, como o herói de Homero, levar a vida de um pobre lavrador e sofrer tudo no mundo a voltar às primeiras ilusões e viver a vida que antes vivia?
GLAUCO - Não há dúvida de que suportaria toda a espécie de sofrimentos de preferência a viver da maneira antiga.
SÓCRATES - Atenção ainda para este ponto. Supõe que nosso homem volte ainda para a caverna e vá assentar-se em seu primitivo lugar. Nesta passagem súbita da pura luz à obscuridade, não lhe ficariam os olhos como submersos em trevas?
GLAUCO - Certamente.
SÓCRATES - Se, enquanto tivesse a vista confusa -- porque bastante tempo se passaria antes que os olhos se afizessem de novo à obscuridade -- tivesse ele de dar opinião sobre as sombras e a este respeito entrasse em discussão com os companheiros ainda presos em cadeias, não é certo que os faria rir? Não lhe diriam que, por ter subido à região superior, cegara, que não valera a pena o esforço, e que assim, se alguém quisesse fazer com eles o mesmo e dar-lhes a liberdade, mereceria ser agarrado e morto?
GLAUCO - Por certo que o fariam.
SÓCRATES - Pois agora, meu caro GLAUCO, é só aplicar com toda a exatidão esta imagem da caverna a tudo o que antes havíamos dito. O antro subterrâneo é o mundo visível. O fogo que o ilumina é a luz do sol. O cativo que sobe à região superior e a contempla é a alma que se eleva ao mundo inteligível. Ou, antes, já que o queres saber, é este, pelo menos, o meu modo de pensar, que só Deus sabe se é verdadeiro. Quanto à mim, a coisa é como passo a dizer-te. Nos extremos limites do mundo inteligível está a idéia do bem, a qual só com muito esforço se pode conhecer, mas que, conhecida, se impõe à razão como causa universal de tudo o que é belo e bom, criadora da luz e do sol no mundo visível, autora da inteligência e da verdade no mundo invisível, e sobre a qual, por isso mesmo, cumpre ter os olhos fixos para agir com sabedoria nos negócios particulares e públicos.


Extraído de "A República" de Platão . 6° ed. Ed. Atena, 1956, p. 287-291.

domingo, 3 de maio de 2009

Prática da Dinâmica do Conhecimento

A Dinâmica do Conhecimento, como conceito intuitivo, é praticada o tempo todo, por todos, em todos os lugares. Só que, geralmente, poucos a praticam por decisão consciente e de forma coletiva e sistemática. Assim, os resultados obtidos ficam sempre aquém das possibilidades.

Minha proposta, já testada em várias organizações humanas e países, consta de três etapas fundamentais:

1) Mobilização para ajustes de hábitos e comportamentos
Esta etapa implica a mobilização para: 1) mapear e redirecionar o uso dos recursos existentes, realocando aqueles desnecessários ou sem uso; 2) ordenar os recursos necessários para se tirar deles o melhor proveito; 3) evitar sujar e, se necessário, limpar os ambientes em torno de si, tanto física quanto emocionalmente; 4) desenvolver uma visão prática e ampla sobre saúde; 5) crescer em autodisciplina pela identificação e solução de problemas, individualmente e em equipe.

2)Mobilização para estudar a própria Dinâmica do Conhecimento
Estudar a Dinâmica do Conhecimento, bem como o instrumental necessário para lhe dar apoio, por meio de grupos de pesquisa e ação. Assim, capacata-se para a solução de problemas de complexidade intermediária que exijam uma abordagem mais sistemática.

3) Avanço no estudo de técnicas mais sofisticas provenientes da Engenharia de Produção
Estudar, de acordo com a necessidade, as técnicas mais avançadas de Engenharia de Produção para a solução de problemas especializados mais complexos.

Essas três etapas foram implementadas por Singapura para o seu alinhamento competitivo em escala global. Com essas e outras medidas, aquele país deu um salto em competitividade na dácada de 1980. O Brasil iniciou um movimento sistemático dessa natureza na década de 1990, porém o movimento perdeu unidade e lógica evolutiva.

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Dominando - em massa - a Dinâmica do Conhecimento



Mais do que o Método Cientítico, o conceito fundamental a ser dominado atualmente, por todas as pessoas, é o de Dinâmica do Conhecimento. Todo ser humano, hoje, pode atuar como cientista, engenheiro e gerente nas atividades que lhe são pertinentes. Na medida do possível ele pode tornar-se, ainda, aprendiz autodidata e professor.

A informação, sozinha, é morta. A Dinâmica do Conhecimento é um processo vivo. O método básico pode ser encontrado como núcleo comum entre: a filosofia, a ciência, a tecnologia e a economia, esta última envolvendo os negócios, a produção e a gestão.

Sabe-se, hoje, que se aprende: imitando, aperfeiçoando e inovando. Que a razão, tanto quanto a emoção, intermediados pela inteligência, são os fatores fundamentais mobilizadores do conhecimento produtivo. Sabe-se, ainda, que o roteiro geral dessa dinâmica está alinhado com as faculdades humanas fundamentais do pensar, do sentir, do agir e do comunicar-se.

Partindo da observação da realidade e eventualmente indo além dela pelo sonho, trabalha-se no plano das ideias. As ideias precisam ser testadas. Se os resultados alcançados forem satisfatórios, devem-se criar os padrões operacionais visando à produção na escala apropriada.

O tempo todo deve-se questionar se os meios e os fins estão alinhados, e se os diversos compromissos - técnicos, legais, financeiros, éticos, entre outros - foram atingidos de forma satisfatória. O ciclo deve, então, ser reiniciado seja para nivelamento com as melhores práticas, seja para o aperfeiçoamento do existente ou para romper com o existente e inovar.

Assim, pelo domínio da Dinâmica do Conhecimento, individualmente e em equipe, em escala nacional, o Brasil poderá fazer realizar os potenciais construtivos dos seus cidadãos. O sistema educacional e o sistema produtivo precisam estar alinhados quanto ao uso desse conceito vital.

É isso que esteve por trás do Projeto Qualidade Total da Fundação Christiano Ottoni na década de 1990. Esse é o conceito que precisa ser atualizado para o nivelamento do Brasil em relação aos países mais avançados.