terça-feira, 30 de junho de 2009

A meta não é sobreviver, mas viver!

Diante dos recentes desastres com empresas antes consideradas sólidas, tem sido comum reforçar que "só os paranóicos" sobreviverão. Afirmo, ao contrário, que ninguém, individualmente, sobreviverá.

Minha afirmação é evidente, pois, como indivíduos, todos somos mortais. As empresas, como organismos vivos, podem readquirir a cada dia o seu direito de sobreviver. Porém, mesmo assim há os limites sistêmicos que se estendem à sobrevivência da Humanidade.

A solução genérica, portanto, não está no acirramento da competição, mas na descoberta do valor da cooperação em escala global. Há dúvidas se essa cooperação pode ser conseguida antes da catástrofe final já anunciado, mas não custa alimentar o sonho e tratar de implementá-lo com base nos abundantes fatos e dados históricos existentes.

A meta não é sobreviver, mas viver com dignidade!

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Fé, amor e razão

Percebo que este é o grande e poderoso tripé da existência: fé, amor e razão.

Pela fé, avança-se para o que não se vê.

Pelo amor, vive-se com alegria e alcança-se a felicidade, mesmo quando sofremos.

Pela razão, julga-se a lógica da fé e evitam-se as armadilhas da paixão, que pode ser confundida com amor. Sobretudo, cabe à razão conduzir a vida com fé e amor.

Tenhamos, pois, fé no Absoluto (Deus). Vivamos em amor. Mas usemos a razão para viver com dignidade.

terça-feira, 23 de junho de 2009

Ciladas emocionais

Percebi que cada sinal emitido - tom de voz, gesto etc. - que ameace a segurança do outro é armazenado no seu sistema nervoso. Em momentos posteriores, basta um pequeno sinal para que a armadilha formada se volte contra o agressor. O instinto bilógico de sobrevivência passa a atuar, gerando reações desproporcionais à provocação feita.

Isso aconteceu comigo algumas vezes. Desde a infância desenvolvi mecanismos de defesa emocional que, às vezes, é acionado. Em outras palavras: ainda que eu busque a paz, posso ser guerreiro devastador. Dai, todo cuidado ser pouco para não criar as tais armadilhas. É melhor aceitar um ofensa calado do que ofender alguém. Quem tem autocontrole poderá educar o agressor em momento oportuno, caso ele não seja doente mental.

segunda-feira, 22 de junho de 2009

O visível e o invisível

O conhecimento científico caminha do visível para o invisível. Mas, a partir de certo momento, o invisível se apresenta como intuição a ser testada por experimentos. Assim, não se pode desprezar a metafísica, pois ela afirma que a realidade última é invisível, mas cognoscível pela razão espiritual.

Os que se contentam com o mundo visível são pobres materialistas grosseiros. Indo um pouco além, há os materilistas dialéticos, que admitem que o substrato material é invisível, isto é, tem natureza cultural. Contudo, os sábios védicos, indo ao extremo, afirmam que a verdade última reside no invisível passível de conhecimento pela meditação profunda.

Desta forma, pode-se afirmar que a teoria de que tudo vem do nada é verdadeira, pois tudo está contido, potencialmente, no nada. Este é o limite entre a vida como nos parece ser e a vida como os sábios védicos dizem que ela é.

domingo, 21 de junho de 2009

A verdadeira humildade

A humildade do fraco pode não ser verdadeira. Para testá-la, é preciso dar-lhe o poder. Mas, uma vez que tenha o poder, pode não querer abandoná-lo mais.

Acredito que a humildade pode ser melhor avaliada quando o "humilde" conquista o poder e dele se abdica em nome dos mais fracos. Gandhi, por exemplo, foi humilde. Não consigo lembrar-me de muitos outros exemplos.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

A importância da fé

Cada passo que o homem dá em direção a algo que ele pressupõe existir, mas que não pode ver, é um ato de fé. Isso é válido tanto para o religioso como para o ateu.

No caso da ciência, parte-se do pressuposto de que existe alguma ordem na natureza, e busca-se descobrir e representar essa ordem num formato que possa ser utilizado para fazer previsões.

No caso da religião, parte-se da fé em Deus, que expressaria sua vontade geral no amor, o único critério universal para orientar a prática dos homens. Contudo, raramente se vê o amor permeando as ações dos relgiosos nominais.

Assim, sob qualquer perspectiva, a fé é o motor da vida, mas esta só adquire significado no amor. A razão, evidentemente, deve manter-se como observadora crítica da fé e do amor em ação.

terça-feira, 9 de junho de 2009

A coisa e o nome da coisa

Rui Barbosa, visando a tornar a educação mais concreta, escreveu o livro Noções de Coisas que, mais tarde, Darcy Ribeiro evocou para questionar a fragilidade da educação no Brasil.

Rui questionou que se ensinavam os nomes das coisas, mas os alunos não viam as coisas mesmas. Dai a educação tornar-se mera ilusão. Palvras e mais palavras sem significado. Quem poderia motivar-se com palavras vazias?

Questionamento semelhante foi feito por Winston Churchill sobre sua educação na Inglaterra. Ele afirmou que lhe apresentaram o latim da forma mais estúpida possível. Queriam que ele se dirigisse a uma mesa e dissesse: - Oh mesa! Mas ele se recusou a fazer isso e, só por acaso, não foi reprovado.

A educação que não se baseia nas coisas mesmas torna-se apenas um exercício escolástico. Fala-se do bem em si, mas o bem não é praticado junto com o estudante. Fala-se do amor, mas o estudante, muitas vezes, só conhece o ódio.

Para evitar que a educação se perca em palavrórios é preciso que o aprendiz seja estimulado a tornar-se um investigador da realidade. Não que ele possa conhecer "a coisa em si", pois, conforme destacou um sábio, "o conhecimento verdadeiro só ocorre quando em si mesmo se conhece aquilo que é".

Deve-se começar a educação colocando o aprendiz em contato com as coisas como elas parecem ser e, em seguida, e se possível, questionar de forma cada vez mais profunda se elas são, realmente, o que parecem ser.

Para ilustrar a extrema dificuldade de compreender a coisa em si e de dar-lhe nomes apropriados, lembremo-nos da descoberta fundamental de Einstein. Após séculos de discussão sobre se a realidade era material ou espiritual, ele demonstrou que a matéria só existe na aparência. Sua essência, tanto quanto a ciência pôde descobrir, é a energia.

Entretanto, persiste a dúvida: - O que é a energia, realmente?

terça-feira, 2 de junho de 2009

A economia é movida pelo fogo

Alguns economistas, antigos e novos, ressaltaram que a economia é movida pela ambição e, até mesmo, pela ganância infecciosa. Adam Smith - ver A Riqueza das Nações -, reconheceu que o egoísmo individual acaba sendo útil à sociedade, desde que o mercado seja ordenado por leis que garantam a livre concorrência sob igualdade de condições.

Uma das receitas do economista e ex-ministro Delfim Neto para o desenvolvimento brasileiro é que o lado animal dos empresários seja liberado. Como afirmei no penúltimo texto deste Blog, o fogo utiliza-se da inteligência, mas seu alimento principal são as trevas - isto é, o lado animal do ser humano -. Contudo, a maioridade da Humanidade só poderá acontecer - se acontecer -, quando a economia puder ser conduzida não pelo fogo, mas pela luz da sabedoria.

Por outro lado, o fogo não pode ser apagado de uma só vez. Se isso acontecesse o resultado seria a miséria em larga escala. A luz só poderá prevalecer pela combinação de ética com conhecimento profundo sobre o ser humano, o meio ambiente e suas interações. Ainda que o caminho seja árduo e longo, é preciso começar a caminhada imediatamente, pois o fogo está destruindo tudo à sua volta.