terça-feira, 9 de junho de 2009

A coisa e o nome da coisa

Rui Barbosa, visando a tornar a educação mais concreta, escreveu o livro Noções de Coisas que, mais tarde, Darcy Ribeiro evocou para questionar a fragilidade da educação no Brasil.

Rui questionou que se ensinavam os nomes das coisas, mas os alunos não viam as coisas mesmas. Dai a educação tornar-se mera ilusão. Palvras e mais palavras sem significado. Quem poderia motivar-se com palavras vazias?

Questionamento semelhante foi feito por Winston Churchill sobre sua educação na Inglaterra. Ele afirmou que lhe apresentaram o latim da forma mais estúpida possível. Queriam que ele se dirigisse a uma mesa e dissesse: - Oh mesa! Mas ele se recusou a fazer isso e, só por acaso, não foi reprovado.

A educação que não se baseia nas coisas mesmas torna-se apenas um exercício escolástico. Fala-se do bem em si, mas o bem não é praticado junto com o estudante. Fala-se do amor, mas o estudante, muitas vezes, só conhece o ódio.

Para evitar que a educação se perca em palavrórios é preciso que o aprendiz seja estimulado a tornar-se um investigador da realidade. Não que ele possa conhecer "a coisa em si", pois, conforme destacou um sábio, "o conhecimento verdadeiro só ocorre quando em si mesmo se conhece aquilo que é".

Deve-se começar a educação colocando o aprendiz em contato com as coisas como elas parecem ser e, em seguida, e se possível, questionar de forma cada vez mais profunda se elas são, realmente, o que parecem ser.

Para ilustrar a extrema dificuldade de compreender a coisa em si e de dar-lhe nomes apropriados, lembremo-nos da descoberta fundamental de Einstein. Após séculos de discussão sobre se a realidade era material ou espiritual, ele demonstrou que a matéria só existe na aparência. Sua essência, tanto quanto a ciência pôde descobrir, é a energia.

Entretanto, persiste a dúvida: - O que é a energia, realmente?

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