terça-feira, 31 de março de 2009

Juramento do jovem ateniense

Este juramento era feito por jovens da Antiga Grécia ao atingir 17 anos.


“Não causaremos desgraças a nossa Cidade por atos de desonestidade ou covardia.

Lutaremos individual e coletivamente pelos ideais e tradições da Cidade.

Prestaremos reverência e obediência às leis da Cidade e envidaremos os melhores esforços para que nossos superiores – que podem modificá-las ou anulá-las – as respeitem também.

Lutaremos sempre para incentivar o povo a desenvolver a consciência cívica.

Através destes procedimentos, legaremos uma Cidade, não apenas igual, mas muito melhor do que a que nos foi legada.”

segunda-feira, 30 de março de 2009

Código de ética do escoteiro

O escotismo foi fundado por Lord Robert Baden-Powell na Inglaterra em 1908 e trazido para o Brasil logo depois.


1. O escoteiro tem uma só palavra; sua honra vale mais que sua própria vida.

2. O escoteiro é leal.

3. O escoteiro está sempre alerta para ajudar ao próximo e pratica diariamente uma boa ação.

4. O escoteiro é amigo de todos e irmão dos demais escoteiros.

5. O escoteiro é cortês.

6. O escoteiro é bom para os animais e as plantas.

7. O escoteiro é obediente e disciplinado.

8. O escoteiro é alegre e sorri nas dificuldades.

9. O escoteiro é econômico e respeita o bem alheio.

10. O escoteiro é limpo de corpo e alma.

sexta-feira, 27 de março de 2009

Santos, samurais e crises

Os santos e os samurais são boas fontes de aprendizagem para se conviver com crises.

Os santos partiam do princípio de que este mundo está permanentemente em crise, e que a única maneira de ficar livre delas é viver para a outra vida, aqui e agora. Assim, tudo o que acontece aqui passa a ser apenas uma provação antes de se atingir a verdadeira vida.

Os samurais treinavam a cada instante para a crise iminente. Para eles, a vida era uma oportunidade de aperfeiçoamento contínuo das faculdades humanas. Na crise essas faculdades poderiam ser acionadas quase que automaticamente, pois o treino ocorra antes de a crise acontecer.

Indicações bibliográficas:
1) Os Santos Que Abalaram o Mundo;
2) Hagakure: a ética dos samurais e o Japão Moderno;
3) O Livro dos Cinco Anéis.

quinta-feira, 26 de março de 2009

Materiais didáticos para autodidatas

Defendo que o principal papel da escola é formar o autodidata. Para isso, além de ter a melhor gestão possível, a escola precisa também ter os melhores professores.

Mas o sucesso na formação do autodidata, em grande escala, aconterá somente quando os materiais didáticos forem meticulosamente projetados para dispensar a presença do professor, embora eles devam estar sempre presentes.

Se os materiais didáticos forem realmente bons, os professores poderão dedicar mais tempo aos alunos que necessitam de ajuda, enquanto os demais poderão ser monitorados sem a necessidade de supervisão direta e permanente.

Quanto aos temas básicos que permitirão ao aluno aprender a aprender, eles devem ser apresentados, tanto quanto possível, sem ambiguidade. Não se deve perder tempo iludido com a possibilidade de que o aluno possa construir do nada o seu conhecimento.

Programa de Gestão Comunitária

Neste momento quero apenas registrar uma ideia: o Programa de Gestão Comunitária.

Entendo por Gestão Comunitária a gestão dos aspectos comuns a uma comunidade, qualquer que seja ela; exemplo: um povoado, uma pequena empresa, uma associação de Bairo. Enfim, um grupo que possa ser mobilizado para tratar de assuntos comuns. Talvez a ideia possa ser aplicada, por exemplo, numa sala de aula.

A ideia consiste em transferir para esses grupos a tecnologia de gestão provada por boas práticas provenientes, por exemplo: do Programa 5S, dos Círculos de Controle de Qualidade, das Comunidades Eclesiais de Base da Igreja Católica, das diversas sociedades internas das Igrejas Reformadas, entre outras fontes.

O núcleo central desse Programa deveria consistir no dominio individual e coletivo da Dinâmica do Conhecimento, um conceito já explicado neste blog e no seu blog irmão gêmeo www.gestaopelaqualidade.blogspot.com.

Acredito que esse tipo de Programa poderia levar as boas práticas de gestão para as comunidades em larga escala, o que permitiria a realização de potenciais manifestos e latentes não realizados na sociedade.

terça-feira, 24 de março de 2009

Vivendo na linha do tempo

Vivendo na linha do tempo, temos à nossa disposição o passado, o presente e o futuro.

De fato, só vivemos no presente. Mas podemos olhar para trás para aprendermos com os erros e acertos, nossos e dos outros para, aqui e agora, construirmos um novo futuro.

No presente somos pressionados a dar respostas imediatas a necessidades diversas. Para não nos tornarmos vítimas do imediatismo precisamos contar com alguma poupança, feita por nós ou por nossos provedores inciais.

Entretanto, toda esperança reside no futuro. Se as coisas que imaginamos no futuro não existem no presente, elas constituem as utopias a serem cosntruídas. Sob este ponto de vista, viver sem utopias corresponde a desistir de melhorar.

A utopia mais ousada e, ao mesmo tempo, mais conformista, consiste em imaginar-se saindo da linha do tempo para uma vida eterna.

sexta-feira, 20 de março de 2009

Aprendendo com os homens representativos da Humanidade

Felizmente a Humanidade produziu grandes homens com os quais se pode aprender algo de útil. Citarei alguns que me vêm à memória.

Com Sócrates pode-se aprender a aprender, aprendendo a perguntar. Isso exige que se esvazie do próprio conhecimento, assumindo que sempre se pode estar errado.

Com Platão pode-se aprender a construir utopias pelo pensamento racional, mas a partir da reflexão sobre as melhores práticas já produzidas pela Humanidade.

Com Aristóteles pode-se aprender que o pensamento racional deve ser combinado com a observação direta da realidade. Pode-se, ainda, aprender que a autoridade não é critério de verdade aceitável. Durante séculos as "verdades" deixadas por Aristóteles impediram que se avançasse no conhecimento da física e outras ciências.

Com Immanuel Kant aprende-se que não se pode construir castelos com base puramente racional, pois pode-se provar o sim e o não por meio de argumentos. Na religião, ele mostrou que a fé é legítima e que, nesse campo, a prática tem supremacia sobre a teoria.

Com Einstein, a ciência integra a razão e a fé, a teoria e prática. Ele alertou que o cientista demonstra fé ao buscar com entusiasmo aquilo que não vê, na expectativa de encontrar o que foi antecipado pela intuição.

Gandhi talvez tenha sido, inclusive na opinião de Einstein, um dos maiores exemplos do poder do amor em ação, liderando o movimento de libertação da Índia do poderoso Império Britânica com as armas da não-violência. Ele comporto-se como cientista, fazendo pequenos experimentos sociais para testar suas ideias.

Para os Cristãos, o homem representativo é Jesus Cristo, esse mistério que tem provido a muitos de força espiritual inabalável ao longo dos séculos.

A construção da saúde social

A pessoa plena de saúde é naturalmente produtiva. Constrói o seu entorno em parceria e, assim, torna-se iniciadora da transformação do mundo de deficiência de ser para um mundo onde prevalece a alegria de ser.

A visão acima está na concepção humanista do homem formulada, entre outros, por: Abraham Maslow, Carl Rogers e Erich Frommm. Eles se opuseram, em parte, à visão de Freud que, na opinião de Maslow, descreveu o homem doente. Essa concepção opõe-se, ainda, à visão de Skinner, que leva à manipulação do homem pelo condicionamento operante.

A pessoa sadia atinge o seu ápice na auto-realização, quando sente que está fazendo aquilo que está de acordo com a sua natureza. É evidente que se ela julga que sua natureza é má, não pode ser deixada à vontade para realizar a maldade potencial que reside em si, como alertou Erich Fromm.

Pelo que pude captar de minhas leituras, não há um caminho seguro que leva o homem a realizar o que há de melhor em si. Tudo que se pode fazer é criar o ambiente apropriado de alegria, respeito e integridade, orientando e colocando á disposição os meios que levam ao crescimento pessoal.

Se mantidas as condições da deficiência, como ausência da possibilidade de satisfação de necessidades fisiológicas, de segurança e sociais, há grande possibilidade de que o lado negativo das pessoas aflore com intensidade.

É preciso, pois, muito cuidado para aumentar a probalidade de que cada um realize o que há de melhor em si para que, assim, toda a sociedade tenha chances de caminhar de forma saudável. E isso exige que se tenha visões de futuro inspiradoras a serem construídas em parceria.

quinta-feira, 19 de março de 2009

Empreendedorismo animal

Num certo país da África, os líderes políticos resolveram usar um provérbio tipicamente africano para incentivar o empreendedorismo desde o primeiro ano escolar. Eles usualmente contavam a seguinte história:

"Na África, todas as manhãs, uma gazela acorda sabendo que ela deve conseguir correr mais do que o leão se quiser manter-se viva. Todas as manhãs o leão acorda sabendo que deve correr mais do que a gazela se não quiser morrer de fome. Não faz diferença se você é gazela ou leão, quando o sol nascer você deve começar a correr."

Esse tipo de mensagem gerou seus resultados mais intensos em Serra Leoa. Num determinado momento o país ficou povoado por meninos empreendedores animais, manipulados por homens-hiena, matando as pessoas na rua, indiscriminadamente, com facões e outras armas. Eles argumentavam que, na competição animal só vale uma arma: aquela que você tem.

quarta-feira, 18 de março de 2009

Desempenho ótimo no trabalho

Todo ser humano tem potencial. Esse potencial, em princípío desconhecido, é posto em ação pelo movimento orientado para realizá-lo. O potencial atualizado para uso será denominado, para os efeitos desta reflexão, de habilidade.

As principais teorias sobre desenvolvimento humano assumem que os desafios colocados que correspondam plenamente à habilidade de realizá-los geram resultados, mas trazem, para uns mais, para outros menos, tédio.

No extremo, quando o desafio é muito inferior à habilidade, o tédio se assentua. Na situação oposta, quando os desafios estão muito além das habilidades, pode-se gerar grande ansiedade. Ambos, ansiedade e tédio, podem ser altamente prejudiciais à saúde, sendo causas de improdutividade.

O ajuste ideal, sempre difícil de atingir, consiste em encontrar o canal do fluxo, no qual haja espaço para ajustar as condiões do trabalhador às exigências do trabalho. Nesse canal atinge-se o máximo de produtividade com o máximo de alegria e entusiasmo.

A teoria acima está explicada no livro A Psicologia da Felicidade, de Mihály Csíkszentmihályi.

terça-feira, 17 de março de 2009

Criando um bom ambiente de trabalho

Supondo-se que o processo de seleção tenha funcionado razoavelmente, todas as pessoas que compõem o ambiente de trabalho têm a intenção de fazer o melhor que podem, dentro das condições vigentes.

É preciso, pois, estar certo de que:

1) Todas as pessas conheçam muito bem os seus processos de trabalho;
2) Todas as pessoas dominem a Dinâmica do Conhecimento Produtivo;
3) Todas as pessoas sejam induzidas a agir como cientistas/engenheiras/gerentes no seu entorno.

Cada pessoa tem suas peculiaridades. Algumas podem ser mudadas, outras não. Como se pode ler no livro "Hagakure: A Ética dos Samurais e o Japão Moderno", o peixe não se desenvolve em águas limpas. Para que haja paz é preciso, às vezes, conviver com certos defeitos humanos inevitáveis.

Em termos práticos, a mobilização para a solução de problemas comuns, mediante regras consensadas de relações humanas, pode ser o início da criação de ambientes de trabalho alegres e altamente produtivos. Essa tecnologia está embutida, por exemplo, no Programa 5S e no CCQ - Círculo de Controle de Qualidade.

segunda-feira, 16 de março de 2009

O papel civilizador do trabalho

O trabalho tem um papel civilizador por excelência. Por meio dele, na visão de Engels, o ser humano deixou sua condição de macaco para tornar-se verdadeiramente humano.

Will Durant, na obra A História da Civilização, reconhece, entre outros fatores, que o trabalho constitui um dos pilares da civilização.

Por meio do trabalho pode-se desviar as forças destrutivas que habitam o interior homem, redirecionando-as para a construção de suas condições de vida. Enquanto se trabalha pode-se exercitar a busca da verdade, da beleza e da justiça.

Concordo com a afirmação de Peter Drucker que "compete às organizaões humanas tornar o trabalho produtivo e o trabalhador realizado."

quinta-feira, 12 de março de 2009

Formas de aproximação da verdade

Pode-se aproximar da verdade pelo caminho que vai da opinião, passando pela crença e culminando no saber objetivo. Este é o roteiro atemporal para mergulhar no objeto para conhecê-lo a fundo.

Ao longo do tempo pode-se pensar assim: 1) herda-se a "verdade"; 2) reforma-se a "verdade" com novas investigações; 3) mantém-se, ou suspende-se, provisoriamente, o questinonamento: - é a verdade?

O método das ciências da natureza, na versão de Einstein, pode ser descrito assim: 1) mergulha-se na observação do fenômeno e/ou na imaginação de fenômenos; 2) com o tempo, especialmente nos momentos em que o tema foi esquecido, apresenta-se à mente o axioma tido por verdadeiro; 3) do axioma tiram-se consequências lógicas; 4) realizam-se experimentos para testar se essas consequências acontecem ou não.

O método acima, segundo Einstein, permitiu que ele fizesse suas descobertas mais importantes a partir da absorção, após a devida análise crítica, das "verdades" deixadas por Newton. Caminhando sobre os ombros de Newton, Einstein pôde enxergar mais longe do que ele.

Porém, pode-se questionar se Einstein descobriu, realmente, a verdade mais profunda sobre a natureza.

As pesquisas continuam!...

Os graus do conhecimento

Platão fez uma interessante distinção entre os graus do conhecimento que, mais tarde, Immanuel Kant resumiu em: opinião, crença e saber.

No dia-a-dia, ao entrar em contato com o mundo sensível, formamos sobre ele opiniões. Contudo, elas são frágeis, e podem ser mudadas facilmente à medida que as circunstâncias mudam e os resultados esperados não são alcançados.

Quanto as crenças, elas se fixam mais fortemente em nós, independente de serem verdadeiras ou não, desde que não possam ser confrontadas diariamente com a negação prática de seus resultados esperados. Pode-se conviver com falsas crenças durante séculos antes que elas sejam desmascaradas.

Já o saber, espera-se que ele possa ser suficiente tanto subjetiva quanto objetivamente. Ele é raro e depende, para avançar, de se acreditar que existe o algo que se busca.

O saber, em sua versão mais profunda, conforme afirmam os grandes místicos, só pode ser validado subjetivamente, igualando-se, para os que não o validaram, à crença. No limite ele só pode ser confirmado pelo sujeito em si mesmo.

Assim, a opinião, a crença e o saber fazem parte da vida. Mas a vida da razão só se manifesta em sua plenitude no saber que reconhece a impossibilidade da completa objetividade neste mundo.

quarta-feira, 4 de março de 2009

Revisitando de relance o problema da verdade

O ser humano tem como um dos seus grandes desafios conhecer a verdade.

Na religião ele a busca na sua forma absoluta: - Deus. "Conhecereis a verdade e ela vos libertará."

Na filosofia ele questiona se existe verdade e se ela é aboluta ou relativa.

Na ciência a verdade se expressa nas Leis da natureza que, segundo a visão racional crítica defendida por Karl Popper, são sempre conjeturais.

No comércio a "verdade" se concretiza nas qualidades dos bens e serviços passíveis de comercialização.

A busca da verdade exige fé, seja em sentido religioso ou secular, pois, "O problema central da da verdade consiste em encontrar um critério de verdade que seja verdadeiro."

Recomendo o livro O Problema da Verdade, de Jacob Bazarian, para quem deseja fazer uma profunda reflexão sobre o tema.