segunda-feira, 29 de março de 2010

Com quem aprender?

Quem tem o coração humilde a a mente alerta pode aprender com qualquer pessoa, em qualquer lugar. Assim pensava o empresário-filósofo japonês Konosuke Matsushita, no século passado.

De uma maneira geral, podemos aprender: 1) com os praticantes; 2) com os sistematizadores; 3) com os analistas.

Os praticantes são a melhor fonte de aprendizagem, de preferência numa relação direta. Os sistematizadores podem ser praticantes ou não. Muitas vezes um não praticante é o melhor sistematizador. Os analistas são, geralmente, acadêmicos com visão crítica. Eles nos chamam a atenção para detalhes que não conseguiríamos enxergar sozinhos, mas podem ter uma visão viciada do tema.

No setor automotivo, o praticante que mais evoluiu nos últimos 50 anos, e tem sido tomado como referência por seus antigos professores, é a Toyota Motors. A sistematização do modelo Toyota tem sua melhor expressão na Gestão pela Qualidade Total - TQM, de Total Quality Management -. Essa sistematização foi feita pela JUSE - Associação de Engenheiros e Cientistas Japoneses. Os analistas críticos são muitos, e não consigo lembrar-me de algum que valha a pena ser citado no momento.

A aprendizagem, conforme sabemos hoje, depende de teoria e prática. Sobretudo, depende de que o aprendiz tenha flexibilidade para analisar a teoria e, pela prática, recriá-la. Idealmente o aprendiz, embora possa aprender com qualquer um, deve ele mesmo ser um praticante, um sistematizador e um analista crítico.

Estejamos atentos, pois, para aprender com qualquer um, em qualquer lugar.

sábado, 27 de março de 2010

A natureza da luta política

Conforme ressaltou Will Durant, filósofo e historiador americano do século passado, a política deveria ser a arte de organizar a sociedade; mas, tornou-se a arte de obtenção e manutenção do poder, conforme esclareceu Maquiavel.

Não tenhamos ilusão. As forças organizadas estão em ação, e as desorganizadas agirão de forma explosiva sempre que a presssão sobre elas for insuportável, ou que algum líder populista as mobilize.

Usando uma classificação questionável, sabemos que a direita é boa para criar riquezas, e que a esquerda é boa para dissipá-la. Os espertos, à direita e à esquerda, querem nos convencer de que são merecedores de um quinhão especial da riqueza criada por todos.

Portanto, não há neutralidade. Cada um que analise a situação e busque agir com conhecimento de causa, de acordo com sua própria consciência. O desafio maior é fazer com que todos estejam conscientes de seus direitos, deveres e possibilidades de realização dos seus potenciais.

quarta-feira, 17 de março de 2010

Regulamentação mínima ou máxima?

Onde não há maturidade a regulamentação da vida diária precisa atingir detalhes. Mas logo se percebe que, mesmo assim, as pessoas não aprendem. Os detalhes, contudo, têm uma utilidade: evitar que os juízes extrapolem sua autoridade ao julgar.

No caso do Brasil, diz-se que ele tem as leis mais rigorosas e detalhadas do mundo em alguns assuntos. Ao mesmo tempo, sabe-se que por aqui existem leis que pegam e leis que não pegam.

Ao cidadão é dito que "ninguém pode alegar desconhecimento da lei". Mas, quem consegue conhecer tantas leis e regulamentos? Parece que nem mesmo os operadores do direito conseguem, mas eles podem ter acesso fácil a documentos eletrônicos que os colocam em contato com essas leis, regulamentos e a jurisprudência pertinente.

Ora, tudo poderia ser mais fácil se tivéssemos cidadãos autodisciplinados. Para eles, bastaria uma constituição de um só artigo: "Todo cidadão deve ter vergonha na cara". Ou, na religião, aquela síntese feita por Jesus Cristo: "Amar a Deus de todo coração, com todo o entendimento; e amar ao próximo como a si mesmo."

Se isso fosse possível, o Estado não deveria ser máximo nem minimo, mas apenas suficiente. A burocracia, idem. Para a produção, os padrões operacionais seriam necessários como forma de explicitar o conhecimento tácito, dispensando o cérebro de ser usado como depósito de informação e liberando-o para atividades criativas.

Acordei!

terça-feira, 16 de março de 2010

Combatendo a síndrome do desleixo

De grão em grão a preguiça, a desesperança e o desleixo destronam a dignidade humana. Mas há soluções simples, viáveis e já testadas que podem promover verdadeiras revoluções na qualidade de vida. Citarei alguns exemplos a seguir.

No século XVIII John Wesley restaurou a dignidade de milhões de pessoas na Inglaterra mobilizando-as para, em nome de Cristo, mudar suas vidas no dia-a-dia. Ele deixava sua mensagem e, quando voltava ao lugar, chefes de família haviam deixado de beber, de fumar e de brigar por quaisquer motivos. As casas antes sem higiene tornavam-se lugares habitáveis e dignos.

Henry Ford, embora tenha sido muito criticado, mantinha suas fábricas limpas e organizadas, além de monitorar a vida de seus empregados para que usassem bem seus salários. A expectativa é que cada um deles pudesse adquirir casa própria e, até mesmo, um automóvel para facilitar sua mobilidade para apreciar as belezas naturais. Se Ford encontrava algo com defeito em sua fábrica, mandava consertar imediatamente.

No início da década de 90 o Metrô de São Paula já agia com determinação para manter-se limpo e conservado, gerando o respeito dos usuários. Mais tarde a cidade de Nova Iorque fez todo um programa revolucionário combatendo o desleixo no Metrô e, posteriormente, por toda a cidade. Isso induziu novos compartamentos e resultou numa impressionante queda do índice de crimalidade na cidade.

Enfim, a dignidade deve ser primeiro oferecida. Em seguida, induzida e, em último caso, exigida. Por meio de atitudes e práticas simples podem-se regenerar pessoas, empresas, cidadades e países.

domingo, 14 de março de 2010

Uma forma de compreender o sofrimento

Uma amiga estava quase à beira do colapso nervoso. Ela não conseguia entender o sofrimento. Por que há terremotos que matam inocentes? Por que há inocentes abandonados nas ruas? Por que há sofrimento?

Infelizmente eu não tinha uma resposta própria para as questões colocadas. Mas, havia lido uma interpretação que julguei bastante razoável. O sábio que eu li fez uma anologia entre a existência na Terra e um filme.

Os atores são reais enquanto atuam, mas trata-se apenas de um filme. Cada ator tem o seu prazo de atuação bem definido. Em seguida ele se retira da cena e outros entram no seu lugar. Então, aqueles que sofrem, sofrem momentaneamente uma experiência necessária. Mas o sofrimento não é permanente, ele só acontece durante o filme. Logo tudo passará.

Conforme acredito, passará o filme; mas a realidade, que é a fonte de tudo, será encontrada num outro plano. A alma é imortal, e precisa passar por experiências. Sua meta, aqui, é aprender coisas. Ter alegrias e prazeres, às vezes num extremo, às vezes no outro. O ator precisa aprender a ser livre e, ao mesmo tempo responsável, para merecer sua felicidade permanente.

Para não sucumbir aos extremos, o ator deve adquirir conhecimento da realidade. A realidade de que vive apenas num filme. Ele pode mudar o seu papel adquirindo autodomínio. Com isso, pode conseguir ver o seu próprio sofrimento à distância e não se deixar iludir.

Minha amiga sentiu-se aliviada. Em seguida, passou a ler os sábios que compreenderam a vida e atingiram a paz interior. Eles, contudo, devem ser lidos de forma crítica, pois entre os que se apresentam como sábios existem muitos exploradores do sofrimento e da ignorância.

sexta-feira, 12 de março de 2010

Fé e conhecimento

Para conhecer é preciso ter fé, isto é, certeza de que existe aquilo que se busca conhecer. Essa certeza só pode ser dada como um axioma que provém da intuição do buscador/pesquisador. Mas a intuição só se manifesta ao buscador que age.

Pensar, sentir, agir, comunicar-se. Viver. Experimentar.

Fé e conhecimento.

Não há mais argumento.

Ou há?

Acho que faltou o amor. Sem ele nada vale a pena.

sábado, 6 de março de 2010

A lógica e a intuição

A lógica tem muito prestígio entre os intelectuais. Porém, ela anda em círculos. Dela não provém nenhuma verdade, mas apenas a coerência do pensamento a partir de um axioma.

Por outro lado, o axioma não tem origem na lógica conduzida conscientemente. Ele se impõe aos que estão pensando sobre algum problema como se fosse uma intuição.

A intuição, por sua vez, decorre de um processo de pensamento não consciente. E isso não quer dizer que o precesso em si não seja lógico, mas apenas desconhecido.

Einstein foi quem melhor compreendeu, na minha opinião, a necessidade de combinar intuição e lógica.

quinta-feira, 4 de março de 2010

O Brasil que se transforma

Claúdio de Moura Castro, na revista Veja do dia 24/02/2010, informa que em 1982 o Brasil participou, pela primeira vez, da Olimpíada do Conhecimento(World Skills International). Nesse campeonato compete-se em tornearia, marcenaria e robótica, entre outras modalidades.

Se em 1982 o País não ganhou medalha, em 1985 conseguiu chegar em décimo terceiro lugar. Em 2007 em segundo, e em 2009 em terceiro. Assim, mostrou que sua transformação para melhor, em assuntos de tecnologia, é uma possibilidde concreta. Na opinião de Moura Castro, os seguintes fatores estão por trás do sucesso brasileiro: qualidade valorizada, seleção dos melhores, prática obsessiva e persistência.

No Olimpíada da Civilização, é preciso, como anuncia a propaganda do Governo de Minas, "avançar sem deixar ninguém para trás". Ganhar uma olimpíada é muito bom, mas é preciso partir de um nivelamento geral da capacidade produtiva dos trabalhadores, permitindo que todos realizem os seus potenciais, ganhando ou não competições internacionais.

Coube ao Senai conquistar essa vitória para o Brasil e mostrar um bom caminho para o futuro, passível de implementação imediata.

Parabéns, Senai!