domingo, 14 de março de 2010

Uma forma de compreender o sofrimento

Uma amiga estava quase à beira do colapso nervoso. Ela não conseguia entender o sofrimento. Por que há terremotos que matam inocentes? Por que há inocentes abandonados nas ruas? Por que há sofrimento?

Infelizmente eu não tinha uma resposta própria para as questões colocadas. Mas, havia lido uma interpretação que julguei bastante razoável. O sábio que eu li fez uma anologia entre a existência na Terra e um filme.

Os atores são reais enquanto atuam, mas trata-se apenas de um filme. Cada ator tem o seu prazo de atuação bem definido. Em seguida ele se retira da cena e outros entram no seu lugar. Então, aqueles que sofrem, sofrem momentaneamente uma experiência necessária. Mas o sofrimento não é permanente, ele só acontece durante o filme. Logo tudo passará.

Conforme acredito, passará o filme; mas a realidade, que é a fonte de tudo, será encontrada num outro plano. A alma é imortal, e precisa passar por experiências. Sua meta, aqui, é aprender coisas. Ter alegrias e prazeres, às vezes num extremo, às vezes no outro. O ator precisa aprender a ser livre e, ao mesmo tempo responsável, para merecer sua felicidade permanente.

Para não sucumbir aos extremos, o ator deve adquirir conhecimento da realidade. A realidade de que vive apenas num filme. Ele pode mudar o seu papel adquirindo autodomínio. Com isso, pode conseguir ver o seu próprio sofrimento à distância e não se deixar iludir.

Minha amiga sentiu-se aliviada. Em seguida, passou a ler os sábios que compreenderam a vida e atingiram a paz interior. Eles, contudo, devem ser lidos de forma crítica, pois entre os que se apresentam como sábios existem muitos exploradores do sofrimento e da ignorância.

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