sábado, 30 de janeiro de 2010

Paixão por servir

As pessoas apaixonadas pelo que fazem conseguem resultados excepcionais. Algumas delas têm paixão por vencer e, para isso, se for necessário, servem. Outras têm paixão por servir e, mesmo sem querer, vencem aqueles que se colocam como adversários.

Admiro as pessoas que servem. Elas não lutam por poder; antes, desejam deixar o seu rastro sobre a Terra por terem melhorado a vida por onde passaram. Elas preferem fazer amigos do que perdedores que ficam à espreita por vingança. Elas cooperam, mas não se importam se alguém as classifica como competitivas, pois têm a consciência limpa.

Na sociedade aberta, servir é a base do sucesso, ainda que se tenha prazer em vencer. Mas aqueles que colocam o foco em vencer, ao invés de servir, podem desviar-se do caminho e sujar sua biografia. Por isso, é até mais produtivo colocar o foco no serviço e deixar que os resultados aconteçam.

Contudo, há os raros casos de servidores que não pensam em reconhecimento ou recompensa pelo que fazem. Eles simplesmente cumprem o seu dever e deixam que o Todo Poderoso cuide dos resultados. Eles são os homens autorrealizados que servem de inspiração para a Humanidade.

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

O destino final do caminhante

Neste mundo estamos todos a caminho, embora muitos não saibam o seu destino final. No início, como crianças, precisamos de amor e treinamento lúdico para iniciar o domínio das armas a serem usadas nas batalhas ao longo do caminho.

A certa altura, os mais bem-sucedidos tornam-se um com essas armas. Podem superar grandes barreiras manipulando-as habilmente. Num estágio um pouco mais avançado, suas armas estão no coração, e o caminhante pode improvisar diante dos perigos imprevisíveis.

Para o homem comum, o caminhante que tem suas armas no coração parece um guerreiro perfeito. Mas, esse guerreiro, ao descobrir seu destino final, abandona a vontade de lutar e vencer para, finalmente, encontrar a paz. Ele adquire coragem de morrer ao invés de matar.

O destino final de todo caminhante neste mundo é transcender sua natureza humana e preparar-se para viver com Deus, a verdade última que vale a pena buscar por toda a vida.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Competência para servir

A competência, como capacidade instalada de gerar resultados, é poder para servir. Todo indivíduo tem a obrigação de ser competente naquilo que faz. Deve-se descobrir algo que possa ser feito com excelência, começando das atividades mais simples e, só então, evoluir para atividades mais complexas.

Há garis competentes, e eles podem ser felizes assim. Os que vejo em Belo Horizonte fazem o seu serviço com alegria. Há cirurgiões competentes, embora insensíveis. Se operam uma apendicite, ainda que sem anestesia, pode-se esperar que o paciente tenha grandes chances de sobreviver. Naquele momento específico mais vale a competência sem sensibilidade do que sensibilidade sem competência.

Naquelas situações em que perícia e sensibilidade precisam manifestar-se para o suceso da intervenção, ambas tornam-se fatores essenciais da competência. Conhecer, pois, os fatores determinantes do sucesso nos processos nos quais se está envolvido é uma condição necessária para a ação competente.

Em última análise, ser competente implica colocar em ação a Dinâmica do Conhecimento para se obterem resultados sustentáveis. Mas isso só faz sentido, sob o ponto de vista da verdade última, se for para servir.

sábado, 16 de janeiro de 2010

O Grande Aprendizado

Alguns dos seres humanos que se autorrealizaram, deixaram suas marcas para que aprendêssemos com suas experiências. Chamarei o seu legado de vida de O Grande Aprendizado. Vejamos alguns exemplos.

Confúcio
Expressou O Grande Aprendizado da seguinte maneira (síntese minha):
"O homem, individualmente, não pode mudar o mundo, nem seu país, nem sua cidade, nem seu bairro, nem sua família. Mas ele pode mudar a si mesmo e, assim, induzir mudanças na sua família, no seu bairro, na sua cidade, no seu país e no mundo."

Buda
O Grande Aprendizado de Buda foi expresso por meio do que ele chamou de As Quatro Nobres Verdades(síntese minha):
1 - O sofrimento é inevitável, pois faz parte da condição humana; 2) A raiz do sofrimento está no desejo; 3) A extinção do sofrimento só se dá com a extinção do desejo; 3) Durante a existência não se pode extinguir o desejo, mas amenizá-lo pelo autocontrole.

Sócrates
Creio que poderíamos sintetizar O Grande Aprendizado de Sócrates da seguinte maneira: "Fazer poucas perguntas certas e bem formuladas é mais importante do que responder a muitas perguntas sem importância". Com ele se aprende que mais vale sofrer uma injustiça do que cometê-la, e que rico não é o que mais tem, mas o que de menos necessita.

Platão
Discípulo de Sócrates, argumentou que todo homem busca, no fundo, uma só coisa: O Supremo Bem, ou Deus. Para tal é preciso conquistar as Quatro Virtudes Cardeais: Justiça, Sabedoria, Coragem e Temperança. Ressaltou que a realidade que supomos ver na Terra é como um filme. A verdade propriamente dita está fora, na fonte de luz da qual tudo deriva.

Aristóteles
Para ele, a principal missão do ser humano na Terra é conhecer. Isso exige que se inicie a caminhada pelos princípios básicos da ética, da comunicação humana e da pesquisa científica. Sua mente era tão poderosa que quase ninguém pensava livremente após conhecer suas ideias. Com isso, contribuiu, indiretamente, para paralizar a evolução da ciência.

Descartes
Alertou para a paralização do pensamento em sua época, que se resumia a reproduzir e comentar as ideias dos sábios, principalmente as ideias de Platão e de Aristóteles. Propôs alguns preceitos lógicos simples e praticáveis para o exercício do pensamento claro e correto. A partir dele fala-se num tal método cartesiano, atribuído, principalmente, aos engenheiros.

Francis Bacon
Ressaltou a necessidade de deixar de lado a sabedoria morta dos sábios antigos e realizar os experimentos necessários para se conhecer e explorar a natureza em benefício da qualidade de vida dos homens. Induziu a criação da Royal Society, de Londres, a partir da qual nasceu o empreendimento científico em larga escala.

Galileu Galilei e Newton
Consolidaram o método científico aplicando-o com grande sucesso na elucidação de alagumas leis da natureza.

Frederick Taylor
Exemplificou a aplicação do método científico na melhoria da qualidade e da produtividade na fábrica, tendo em vista o bem-estar do trabalhador e da sociedade.

Einstein
Consolidou o método científico combinando observação, análise, experimentação e intuição na busca da verdade. Enfatizou a necessidade de se levar em conta a sensibilidade nessa busca. Para ele, aprender a pensar é mais importante do que acumular conhecimento.

Kaoru Ishikawa
Liderou, na Japão, a consolidação da gestão científica com visão humanista e sistêmica. Para ele, todo ser humano tem potencial que precisa ser aproveitado, individual e coletivamente, para o benefício da Humanidade. Foi importante na recuperação da economia japonesa após a Segunda Guerra Mundial. A empresa-modelo na aplicação das ideias que defendeu é a japonesa Toyota Motors.

Gandhi
Demonstrou, na sua busca pela Verdade, que se pode tirar força da fraqueza aparente. Usou a não-violência como a mais poderosa arma de libertação, jamais usada até sua época. Sua estratégia principal consistiu em expor o opressor, que se preocupava com a opinião pública mundial, ao ridículo de usar a força contra aqueles que haviam jurado antes morrer do que matar. Ele afirmou que parte de sua estratégia provinha da aplicação dos ensinamentos de Jesus Cristo no Sermão do Monte. Todo o seu movimento foi baseado no uso do método científico, em que cada grande ideia era primeiro testada antes de ser posta em prática em larga escala.

Jesus Cristo
Ensinou que a a verdadeira vida não é aquela que conhecemos no corpo material. Há que se lutar aqui, carregando o próprio fardo, mas tendo em vista a vida espiritual, que só poderá ser vivida plenamente após esta vida. Ele se colocu como advogado daqueles que O buscam, defendo-os junto ao Pai Celestial. Ele ressaltou que essa perspectiva só está aberta aos mansos e humildes de coração.

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

As religiões do homem

Erich Fromm afirmou que todo ser humano tem necessidade de ligar-se a um sistema de orientação e devoção. Isto é, todo homem é religioso, em sentido amplo. Resta saber a que tipo de religião ele está ligado.

Há os que se ligam à religião verdadeira que, segundo Tiago, consiste em socorrer os órfãos e as viúvas nas suas tribulações. Essa foi a situação do samaritano na parábola usada por Cristo para responder quem é o próximo a quem se deve amar.

Mas, há os que estão ligados à religião da política, da filosofia e da ciência. O político, no sentido original do termo, trata de ajudar a organizar a sociedade para gerar e distribuir riquezas. O filósofo, no sentido original da palavra, vive para descobrir a verdade última por trás das aparências. Na mesma perspectiva, o cientista vive para descobrir a verdade objetiva das leis da natureza.

Entretanto, tanto a religião propriamente dita, quanto as religiões substitutas, podem ser completamente deturpadas. A religião verdadeira pode ser substituída pela religião do dogma e valorizar a hipocrisia. A política, ao invés de organizar a sociedade com eficiência e eficácia, pode ser usada para a usurpação do poder, inclusive manipulando a religião, a filosofia e a ciência para tal. A filosofia pode tornar-se um tipo de religião dogmática sem Deus. A ciência pode tornar-se um reduto de grupos que tiram o seu poder da ignorância alheia, às vezes por meio da linguagem hermética.

Assim, é preciso estar atento. Os homens, por natureza, não conseguem viver sem um sistema de orientação e devoção. Eles podem dividir-se em crentes e ateus e, com ou sem Deus, unir-se para usurpar o poder e usá-lo em benefício próprio. Mas há os que, seguindo a religião verdadeira, tornam o ambiente em torno de si um verdadeiro paraíso, mesmo quando há escassez de recursos materiais.

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Sobre a aquisição e usos do poder

Todo poder é baseado numa combinação de: força física, astúcia, capacidade de persuasão e conhecimento dos fatores que levam aos resultados desejados. A capacidade de pensar estrategicamente faz com que os meios disponíveis sejam usados com eficiência, e que os meios faltantes sejam buscados onde quer que estejam. Eis o que é preciso para adquirir poder.

Então, vem a questão central dos usos do poder. Ele pode ser usado para dominar ou para libertar. Na linguagem de Erich Fromm, pode-se usar o poder de forma autoritária (Hitler, por exemplo), ou humanista (Gandhi, por exemplo). O autoritário esraviza. O humanista liberta. O autoritário toma e acumula. O humanista produz e distribui. Ambos precisam dominar a dinâmica do conhecimento para adquirir poder. Porém, suas éticas são opostas.

Não se pode dar poder a qualquer um, pois ele pode ser mal usado. Mas, qualquer um pode adquirir poder, e usá-lo como queira, mediante o confronto com os interesses opostos. A questão do uso do poder é de natureza ética. E disso depende a escolha sobre o que significa o verdadeiro poder.

Acredito, sob esta perspectiva, que o o verdadeiro poder está em servir mais e melhor, para que todos tenham vida em abundância. O verdadeiro poder se manifesta na totalidade: da família, do empreendimento, do país e da Humanidade. Sua fonte primária é única e está além do bem e do mal. Porém, sob a ótica da existência no mundo relativo, o poder pode ser adquirido tanto pelo escravizador como pelo libertador.

Eis um bom teste para a ética do indivíduo: dê-lhe poder e veja como ele o usa.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Aprendendo a pensar estrategicamente

Pensar estrategicamente consiste em coordenar meios para se atingirem fins. Pode-se pensar em termos do que é possível conseguir a partir dos meios existentes ou, partindo de fins pre-estabelecidos, definir os meios necessários para se chegar lá.

O mais natural é que o ponto de partida seja o treinamento intenso, condicionando os fins aos meios existentes. Com o tempo, pode-se chegar à possibilidade mais ousada de definir os fins e, então, pensar nos meios, neste caso sendo necessário associar-se às pessoas que possuam os meios complementares aos já existentes.

Marcone, o dono do Big Mais, supermercado de Governador Valadares, começou explorando os meios de que dispunha. Em primeiro lugar, ele tinha disposição de lutar por uma vida melhor. Testou seu potencial empreendedor e refinou suas habilidades comprando e vendendo motos, consolidou-as na montagem de um açougue bem-sucedido e, só então, evoluiu para abrir um supermercado. Suas bases, a essa altura, eram sólidas, mas ele teve de superar muitas dificuldades que não havia previsto. Parte das dificuldades que ele teve poderiam ser amenizadas pelo uso mais consciente de um método, mas ele só teve consciência disso bem mais tarde, embora tenha usado tal método intuitivamente.

Steve Jobs, da Apple, demonstrou a possibilidade de pensar estrategicamente em estreita relação com o mundo dos negócios. Ele aproveitou todas as chances que teve e apegou-se a elas com determinação. Sendo ele um gênio, pode-se argumentar que não é um bom exemplo para pessoas comuns. Mas, acredito que seja possível aprender com ele sobre a necessidade de acreditar no próprio potencial e colocar em prática a capacidade de pensar que está latente em todas as pessoas.

Quero ressaltar a necessidade de se pensar tendo em vista um método. Esse método é a Dinâmica do Conhecimento, já explicado neste Blog. Acredito que a partir de um método conscientemente cultivado seja possível fazer realizar os potenciais existentes, em larga escala, não importando se esses potenciais são pequenos ou grandes. Isso foi bem demonstrado pelo Japão, pela Coreia do Sul e outros países que superaram situações difíceis, de forma intencional e acelerada, após a Segunda Guerra.

O importante é que cada pessoa invista bem os talentos que ganhou do Criador como capital inicial. Se o fizer com disciplina, organização e espírito de associação, poderá viver com tranquilidade dos juros dos seus investimentos estratégicos, gerando riquezas para si e para a sociedade.

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Como transformar?

Este é um brainstorm rápido sobre ações genéricas para iniciar a transformação:

manter limpo o ambiente por onde passar
sorrir para o próximo
dar um aperto de mão
dar um abraço
ordenar o que está desordenado
consumir só o necessário
caminhar diariamente
usar o transporte público
visitar os doentes nos hospitais
visitar os idosos em seus abrigos
ajudar uma escola
reaprender a amar
conhecer a si mesmo
tornar-se competente em tudo que fizer
buscar a integridade enquanto viver
alimentar o sentimento de solidariedade
montar grupos de pesquisa e ação

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