terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

O consumo consciente

Entre as muitas características do cidadão - o homem livre - está a presença de um senso de utilização que o torna um consumidor consciente de que não está sozinho no mundo.

Gandhi, no século XX, foi um exemplo refinado desse tipo raro de cidadão. Suas práticas de consumo, embora talvez exageradamente estóicas, atendiam a um preceito ético. Se aplicadas em larga escala, tornariam o mundo um lugar sustentável e sem fome.

Ele entendeu, como Sócrates, que não há necessidade de muito para uma vida saudável. Escolheu os alimentos de acordo com o seu poder nutritivo, e as roupas de acordo com sua utilidade prática. Colocou-se no lugar do outro, e agiu com responsabilidade.

Acredito que é preciso educar as novas gerações para o consumo consciente, mas isso depende da existência de pessoas dispostas a dar o exemplo. Sinto na pele que isso não é fácil, mas está ao alcance do cidadão.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Consumo: o futuro de uma ilusão

A liberdade de consumir tornou-se a razão de viver de muitas pessoas. Entretanto, conforme demonstram estatísticas de fontes confiáveis, essa liberdade, sem consciência, é uma cilada fatal para a Humanidade. Para que o mundo todo se nivele ao nível de consumo dos Estados Unidos da América seriam necessários cerca de três planetas Terra.

Tão logo descubra que não pode concentrar sua existência no consumo, o que fará o homem? Esse futuro precisará ser enfrentado necessariamente, mas a preparação para ele tem que começar imediatamente, no interior de cada homem.

A ilusão deve ser combatida pelo conhecimento da realidade. Em primeiro lugar, essa realidade se manifesta como sendo o mundo material prontamete acessível aos cinco sentidos. Nesse nível existencial o consumo indiscriminado se justifica plenamente. Mas o homem reflexivo pode perceber que o mundo sensível material é apenas aparência. Não provou Eisntein que a matéria é energia condensada?

No início de sua busca pelo autoconhecimento, o homem descobre a sua essência espiritual, mas ainda como mera extensão do mundo material. Aprofundando-se mais e mais nessa busca, ele infere ou, segundo alguns, é apresentado à transcendência. Neste momento cai-lhe o véu da ilusão, e ele percebe que não é apenas um consumidor de matéria e energia, mas um ser que pode optar por valores que levam à vida ou à morte.

O futuro da ilusão do consumo tem, pois, dois momentos fundamentais: 1) a destruição da ilusão pela exaustão dos recursos consumíveis, com muita dor; 2) a descoberta de um novo mundo de alegria, feita de coisas mais leves e suaves do que a materia bruta. Isso já foi antecipado por grandes homens, entre os quais aquele que inspirou o Cristianismo.

domingo, 15 de fevereiro de 2009

O cidadão e o consumidor: liberdade versus escravidão

Na Grécia Antiga, no auge da democracia, somente os cidadãos - cerca de 20% da população - tinham a palavra na Ágora. As demais pessoas dedicavam-se, como escravas, a produzir os bens e os serviços que seriam consumidos pelos cidadãos.

Hoje, teoricamente, não existe mais escravidão em nenhum país. Entretanto, nem sempre a "liberdade" alcançada está centrada na cidadania, pois isso exigiria educação de alta qualidade para todos. Quem tem poder aquisitivo alcança a liberdade como consumidor, e contribui para que a Terra seja, literalmente, consumida.

O consumo tem sido usado como um remédio contra a ansiedade, criando a ilusão de liberdade. Contudo, sem cidadania, ele pode tornar-se um vício. A inteligência, tornando-se escrava dos cinco sentidos, insurge-se contra o comando da razão.

É preciso, pois, formar o cidadão - o homem livre pelo conhecimento -, e não o consumidor.

sábado, 14 de fevereiro de 2009

Educação para a liberdade

O homem só pode ser livre se tiver uma consciência livre. Isso implica que ele deve conhecer as leis da natureza e os padrões de comportamento que levam à sociedade sadia.

O início da liberdade está no autoconhecimento e na submissão a valores superiores. Para isso é necessário alimentar a fraca luz da razão em meio à escuridão da ignorância e das fortes tempestades emocionais que agem no interior de cada homem.

A escola, que eu saiba, não educa para a liberdade. Ao contrário, ela dá ao homem instrumentos poderosos para liberar as forças da natureza, mas não se preocupa com o fato de que ele, na maioria das vezes, não tem liberdade de consciência para usar essas forças.

Eventualmente a escola prepara homens que, sem bases éticas universais, colocam-se como escravizadores daqueles a quem deveriam libertar. Verdadeiros tarados são dotados de liberdade para a criminalidade, recebendo, inclusive, a garantia de que terão prisão especial em função de terem um diploma de nível superior.

A educação para a liberdade exige, pois, que se formem líderes servidores que combinem elevados padrões morais com conhecimento profundo dos processos de transformação social. O principal papel desses líderes deveria ser formar mais líderes, desecadeando uma reação em cadeia para a atualização dos potenciais construtivos existentes no interior de cada homem.

Aqueles que não atingirem um grau de liberdade suficiente em sua própria consciência, deveriam ser monitorados para evitar que ajam como usurpadores das riquezas, materiais e espirituais, destinadas a libertar a sociedade da escravidão da miséria e da ignorância.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

O intelectual pode ser o maior inimigo da liberdade

Sempre que alguém der uma solução total e detalhada para o bem da Humanidade, devemos ficar atentos. Por trás dessa ideia pode existir uma armadilha indecente contra a liberdade. É preciso ficar de olho, sobretudo, nos intelectuais que alimentam sistemas políticos totalitários.

O texto a seguir foi extraído de de uma citação de POPPER, Karl R.. A Sociedade Aberta e Seus Inimigos. Ed. Itatiaia, São Paulo, 1987, pág 21:

"O maior de todos os princípios é que ninguém, seja homem ou mulher, deve carecer de um chefe. Nem deve a mente de qualquer pessoa ser habituada a permitir-lhe fazer ainda a menor coisa por sua iniciativa, nem por zelo, nem mesmo por prazer. Na guerra como em meio à paz, porém, deve ela dirigir a vista para seu chefe e segui-lo fielmente. E mesmo nas mais íntimas questões deve manter-se em submissão a essa chefia. Por exemplo, deve levantar-se, ou mover-se, ou lavar-se, ou tomar refeições... apenas se lhe for ordenado que o faça. Numa palavra, deve ensinar sua alma, por hábito prolongado, a nunca sonhar em agir independetemente e a tornar-se totalmente incapaz disso." PLATÃO DE ATENAS

Essa teoria foi testada, em diversos graus: 1) na Idade Média; 2) no taylorismo deturpado; 3) na ex-União Soviética. Ainda hoje há quem a defenda de forma dissimulada!

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

A conquista da liberdade

"Liberdade, essa palavra
Que o sonho humano alimenta
Que não há ninguém que explique
E ninguém que não entenda"
Cecília Meireles

Liberdade. Há quem diga que isso não existe. Há quem diga que esse é o sonho pelo qual vale a pena morrer.

Na religião encontra-se a liberdade na submissão a Deus, tornando-se o desejo o "pecado que espreita à porta", mas que pode ser dominado pelo indivíduo. Particularmente no Cristianismo, segundo o Apóstolo Paulo, "tudo é permitido, mas nem tudo convém".

Na filosofia - que assume que a ciência e a tecnologia são instrumentos úteis - o pressuposto é que a liberdade só se encontra no conhecimento da verdade quando, pela manipulação das relações de causa-e-efeito, o homem pode escolher fazer o que é certo.

Na política a liberdade é definida em função da idelogia dominante. Para os liberais, está na possibilidade de o indivíduo realizar os seus potenciais com igualdade de oportundades. Para os comunistas a liberdade não é uma questão individual, mas coletiva.

Em todos os casos a liberdade depende de conhecimento. Mas este, por sua vez, conforme defendeu Karl Popper, é sempre conjetural. Sob essa perspectiva, a liberdade se conquista aos poucos, na luta contra a ignorância que só pode ser alimentada pela fé nas possibilidades: do humano, do divino ou de ambos.

A liberdade é, pois, um sonho que os otimistas julgam poder concretizar e que os pessimistas julgam que jamais poderá ser realizado. Sua conquista, ou perda, só pode dar-se na consciência do homem.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

As quatro etapas fundamentais da leitura estratégica

Podemos tomar posse dos textos laicos de uso corrente usando quatro etapas fundamentais: 1) a leitura prospectiva; 2) a leitura analítica; 3) a síntese e 4) a leitura comparativa. O senso crítico é a ferramenta fundamental para se evitarem erros crassos nessa tentativa.

A leitura prospectiva é fundamental para se obter uma visão do conjunto, bem como para delimitar os tópicos principais do texto. Ela permite selecionar o que merece ser lido em detalhe, além de ser uma forma de obter ideias rapidamente sobre determinado tema. A leitura analítica visa ao domínio completo do que o autor realmente disse, incluindo a avaliação crítica do mesmo. Após a leitura analítica deve-se fazer uma síntese do texto, às vezes chamado de resumo executivo no meio empresarial. Já a leitura comparativa, também chamada de sintópica, é a leitura feita em textos diferentes sobre o mesmo assunto.

A síntese final dessas quatro etapas da leitura é a reconstrução do assunto tendo em vista dominar o estado da arte sobre o mesmo. Se levada à sua última consequência, trata-se da produção do material didático apropriado para se nivelar o conhecimento sobre o tema abordado. Esse deve ser o resultado da revisão da literatura em trabalhos de final de curso, dissertações de mestrado, teses de doutorado, livros didáticos e relatórios técnicos.

O método é/pode ser usado para se extrair o estado da arte nos negócios. Considero que esse é método usado pela JUSE - Associação Japonsesa de Cientistas e Engenheiros para elaborar o CCQ, o TQC japonês e o TQM (versão 1996). Usei o mesmo método para interpretar e adaptar o Programa 5S à realidade brasileira.

Fonte para se aprender mais sobre o assunto, sugiro: ADLER, Mortimer J. & DOREN, Charles Van. Como Ler um Livro.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Compreendendo textos: sua função didática 3/3

Estou muito interessado na função didática do texto. Se ele visa a ensinar o outro a pensar com autonomia deve, em primeiro lugar, tratar de conhecimentos certos ou tidos como certos. A exposição direta, neste caso, pode ser útil quando a verdade é tal que precisa ser decorada, isto é, guardada no coração. Este é o modelo japonês de ensino/aprendizagem.

Entretanto, mesmo a fixação de algo considerado verdadeiro exige a mobilização da emoção. Assim, a "verdade" pode ser apresentada de tal maneira que o interlocutor sente como se ele a tivesse demonstrado ou descoberto. Este foi o método usado por Sócrates para convencer um escravo de que ele era capaz de demonstrar o teorema de Pitágoras.

Logo após o início da corrida espacial, os americanos concluíram que deveriam revolucionar o ensino da física. Para tal, elaboraram livros didáticos que apresentavam os temas de forma que o aluno era conduzido a tirar as mesmas conclusões dos cientistas, chegando a suas fórmulas sem precisar decorá-las. Isso funcionava melhor, obviamente, com a assistência do professor em sala de aula.

O texto didático deve, sempre que possível, ser ilustrado por diagramas, pois a comunicação gráfica é muito mais eficiente do que a fala e a escrita. Assim, o texto pode ser um instrumento indispensável na formação do autodidata. Contudo, já é possível combinar vários recursos multimídia de forma a combinar: o discurso, o texto e a representação gráfica da "verdade" que merece ser conhecida a fundo.

Compreendendo textos: intenção e clareza 2/3

O texto, como discurso que visa a convencer, é menos efetivo do que o discurso ao vivo. Principalmente quando não se dá chances ao uso do raciocínio, como esclareceu Hitler sobre sua arte de fazer seguidores.

O texto poético, feito para encantar o espírito, pode passar mensagens subliminares e, a longo prazo, é mais efetivo do que o discurso vivo, ou tem efeito complementar a este. Pode-se, no texto, usar ou simular o uso da lógica quando o objetivo é convencer. Pode-se, até mesmo, simular ou conduzir o leitor ao diálogo real, estimulando-o a pensar.

Acredito, entretanto, que o autor sadio busca comunicar a verdade, ou estimular a pesquisa da verdade. Neste caso não é aceitável nenhuma simulação, mas deve-se ter em vista as dificuldades inerentes ao conceito de verdade. Sob essa perspectiva, recomendo os textos de Karl Popper, um autor que, na minha opinião, procura ser honesto quanto ao potencial de se encontrar a verdade sem esconder sua visão de mundo.

Popper assume que é preciso aprender a se comunicar com clareza e, enquanto isso não for possível, propõe o silêncio. Recomendo, em especial, sua obra A Sociedade Aberta e Seus Inimigos, em que analisa - concluindo desfavoravelmente - as contribuições de Platão, Hegel e Marx para a democracia.

sábado, 7 de fevereiro de 2009

Compreendendo textos: dificuldades inerentes 1/3

Compreender a si mesmo é difícil. Compreender o outro num diálogo direto é muito difícil. Compreender o texto do outro é, às vezes, dificílimo ou até mesmo impossível. Algumas vezes o leitor não sabe ler; outras vezes o escritor não sabe escrever. A pior situação ocorre quando os dois se encontram, especialmente em textos produzidos para gerar resultados no e por meio do leitor.

Doutores têm se debruçado durante séculos sobre textos herméticos por natureza e, ainda por cima, às vezes mal escritos. O resultado tem sido muitas doutrinas religiosas, filosóficas e políticas contraditórias e com potencial explosivo. Há livros didáticos que o professor repete sem nunca ter entendido. Em alguns casos os alunos só podem sair-se bem nas provas se advinharem a interpretação que o professor quer que seja dada ao autor do texto!

Imagine, caro leitor, o desastre do sistema educional que não leva esses fatos em consideração. Alguns textos são produzidos para passar ideologias, outros são mal escritos ou têm grau de dificuldade incompatível com a condição dos alunos. Você consegue enxergar uma solução para esse desastre?

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

O filósofo e o ignorante

Filósofo, por definição, e em sentido não-profissional, é todo amigo do conhecimento e da sabedoria. Como tal, em qualquer atividade que exerça ele age como cientista, pesquisador e gerente, nos limites de suas possiblidades.

Ele analisa a sua realidade, qualquer que seja ela, para obter sempre a melhor qualidade em tudo que fizer, com a maior produtividade possível. Às vezes ele se dá ao luxo de refletir sobre coisas que sabe que jamais poderá compreender.

Não há assunto do qual o filósofo se prive de analisar silenciosamente para não emitir opinões irrefletidas. Orientando-se pela ciência, ele fica assombrado quando se depara com a constatação de Einstein de que a matéria é energia condensada, e que a energia é matéria expandida.

Analisando a religião, o filósofo questiona se há espírito, e se ele é algo como uma energia inteligente. Ele questiona se há Deus, a fonte imanente/transcendente de toda realidade. Mas, fazendo indagações tão profundas, corre o risco de dar-lhes respostas superficiais. Se isso acontecer é porque, de fato, ainda não entendeu a diferença entre opinião, crença e saber, nem a complementariedade entre razão e fé.

O grande salto do filósofo ocorre quando ele se torna consciente de sua finitude e ignorância, por mais que se esforce para conhecer. Nesse momento ele descobre que não é possivel buscar o conhecimento sem fé - não necessáriamente em sentido religioso -, assim como ocorreu com Einstein.

O ignorante que não usa o seu senso crítico diz: - eu não preciso estudar para descobrir que sou ignorante. A essa objeção o filósofo que descobriu a sua ignorância diz: - você está certo.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Compreendendo o outro

Para compreender o outro é preciso: 1) prestar atenção nos seus gestos, pois eles mostram a intenção por trás das palavras; 2) saber conduzir o diálogo produtivo; 3) colocar-se no seu lugar.

Quanto aos gestos, é fácil perceber quando eles estão em contradição com o que está sendo dito quando a pessoa não os dissimula intencionalmente. Para aprender a respeito, passe a observar as pessoas ao seu redor. Em especial, preste atenção nos filmes que ressaltam o comportamento humano, natural e simulado. O livro O Corpo Fala, de Pierre Weil, é bastante esclarecedor a respeito.

Quanto a saber conduzir o diálogo, aprenda, se possível, diretamente com os bons psicanalistas. O método deles consiste, na essência, em ouvir sem interromper a fala, porém dando indicações de aprovação ou criando oportunidades para a reflexão. Algumas fontes adicionais para se aprender a respeito são: a) Saber Escutar, um vídeo da Enciclopédia Britânica do Brasil; b) O Encontro Humano, um livro do famoso psicólogo humanista Carl Rogers.

Quanto à terceira etapa, é preciso imaginar como você se sentiria caso estivesse no lugar do seu interlocutor após compreendê-lo por meio das etapas 1 e 2. Isso pode mudar completamente a sua perspectiva antes de julgá-lo.

Em síntese, o caminho apresentado funciona quase perfeitamente quando o aplico, embora eu não tenha paciência para aplicá-lo sempre. Meu pai, um homem do povo, sem instrução, aplicava-o naturalmente com resultados impressionantes.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

A lei fundamental do sucesso

Há muitas definições de sucesso: atingir metas, fazer o que se gosta, gostar do que se faz, ser feliz, ficar rico, entre outras. Há quase consenso de que não existem regras definidas e seguras para se chegar lá.

Entretanto, descobri recentemente um livro com um título bastante esclarecedor: A Única Lei do Sucesso. Concordei imediatamente com a receita apresentada: - Só o permanente confronto com a responsabilidade gera resultados.

Contudo, para os que acham que o sucesso consiste apenas em ganhar dinheiro, nunca é demais lembrar que há pessoas bilionárias frustradas por não poderem comprar aquilo que mais querem: respeito!

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

O absoluto e o relativo

O homem, sendo finito e falível por natureza, não tem como fazer afirmações válidas sobre o absoluto por meios intelectuais. Ele só pode chegar à ideia do absoluto por opinião irresponsável, por crença irrefletida ou, usando o intelecto, por inferência. Entretanto, pelo mergulho no seu próprio ser, alguns místicos alegaram ter tido a experiência indescritível com o Absoluto.

A vida do homem dá-se no mundo relativo, onde se percebe, às vezes com dor, que "tudo que é sólido se desmancha no ar". Não há Império que tenha durado para sempre, nem realizações que não tenham sido superadas ao longo do tempo. Tudo que é vivo morre, e mesmo a matéria está em constante mutação na sua forma. Portanto, não há como duvidar da relatividade das condições de existência.

Contudo, a vida que se desenvolve no mundo relativo exige, para a maioria das pessoas, referenciais absolutos. Entre as ideias que os homens transformam em ideais absolutos a serem realizados estão, por exemplo, as de justiça, beleza, verdade e bondade. Para a maioria das pessoas todas as buscas em direção ao absoluto se consolidam na ideia de Deus, que Platão chamou de o Supremo Bem.