sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

O filósofo e o ignorante

Filósofo, por definição, e em sentido não-profissional, é todo amigo do conhecimento e da sabedoria. Como tal, em qualquer atividade que exerça ele age como cientista, pesquisador e gerente, nos limites de suas possiblidades.

Ele analisa a sua realidade, qualquer que seja ela, para obter sempre a melhor qualidade em tudo que fizer, com a maior produtividade possível. Às vezes ele se dá ao luxo de refletir sobre coisas que sabe que jamais poderá compreender.

Não há assunto do qual o filósofo se prive de analisar silenciosamente para não emitir opinões irrefletidas. Orientando-se pela ciência, ele fica assombrado quando se depara com a constatação de Einstein de que a matéria é energia condensada, e que a energia é matéria expandida.

Analisando a religião, o filósofo questiona se há espírito, e se ele é algo como uma energia inteligente. Ele questiona se há Deus, a fonte imanente/transcendente de toda realidade. Mas, fazendo indagações tão profundas, corre o risco de dar-lhes respostas superficiais. Se isso acontecer é porque, de fato, ainda não entendeu a diferença entre opinião, crença e saber, nem a complementariedade entre razão e fé.

O grande salto do filósofo ocorre quando ele se torna consciente de sua finitude e ignorância, por mais que se esforce para conhecer. Nesse momento ele descobre que não é possivel buscar o conhecimento sem fé - não necessáriamente em sentido religioso -, assim como ocorreu com Einstein.

O ignorante que não usa o seu senso crítico diz: - eu não preciso estudar para descobrir que sou ignorante. A essa objeção o filósofo que descobriu a sua ignorância diz: - você está certo.

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