segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Compreendendo textos: intenção e clareza 2/3

O texto, como discurso que visa a convencer, é menos efetivo do que o discurso ao vivo. Principalmente quando não se dá chances ao uso do raciocínio, como esclareceu Hitler sobre sua arte de fazer seguidores.

O texto poético, feito para encantar o espírito, pode passar mensagens subliminares e, a longo prazo, é mais efetivo do que o discurso vivo, ou tem efeito complementar a este. Pode-se, no texto, usar ou simular o uso da lógica quando o objetivo é convencer. Pode-se, até mesmo, simular ou conduzir o leitor ao diálogo real, estimulando-o a pensar.

Acredito, entretanto, que o autor sadio busca comunicar a verdade, ou estimular a pesquisa da verdade. Neste caso não é aceitável nenhuma simulação, mas deve-se ter em vista as dificuldades inerentes ao conceito de verdade. Sob essa perspectiva, recomendo os textos de Karl Popper, um autor que, na minha opinião, procura ser honesto quanto ao potencial de se encontrar a verdade sem esconder sua visão de mundo.

Popper assume que é preciso aprender a se comunicar com clareza e, enquanto isso não for possível, propõe o silêncio. Recomendo, em especial, sua obra A Sociedade Aberta e Seus Inimigos, em que analisa - concluindo desfavoravelmente - as contribuições de Platão, Hegel e Marx para a democracia.

Nenhum comentário:

Postar um comentário