domingo, 11 de janeiro de 2009

Certeza absoluta!

Eu tenho certeza absoluta de que sou falível e de que a verdade absoluta, embora deva existir, só está ao meu alcance por aproximação. Como Einstein, acredito que a lógica não gera conhecimento, mas apenas testa a consistência interna de raciocínios. Cada avanço, pois, só pode ocorrer por meio de intensa investigação da realidade que se procura conhecer, mas cada momento de verdade nos vem na forma de axiomas obtidos por intuição, cujas consequências lógicas devem ser deduzidas, mas cuja efetividade no mundo concreto só pode ser verificada por meio de experimentos.

Essa certeza absoluta é o axioma para evoluir em conhecimento da verdade que, no plano material, pode ser perseguida pelo racionalismo crítico proposto por Karl Popper. Nossa ciência, diz Popper, não nos dá verdades, e o método científico consiste em aprender com o erro. Como esse tipo inofensivo de certeza absoluta podemos prosseguir na vida caminhando do sensível para o inteligível, buscando a imanência que se esconde por trás da aparência do mundo que nos parece concreto.

A certeza absoluta de que o homem é falível é um axioma que pode ser confirmado por qualquer pessoa. Contudo, ela deixa margem para a busca do transcendente que está além do alcance do intelecto. O transcendente, para ser buscado, exige abertura para as possbilidades infinitas que se escondem por trás das aparências. Segundo Imanuel Kant, esse mergulho exige verdadeira fé, e não está ao alcance da análise puramente racional.

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