domingo, 30 de agosto de 2009

Sobre a bondade humana

Se destaquei a maldade, devo também destacar a bondade humana. Um dia desses estava num churrasco onde um dos presentes relatava que alguém queria tirar-lhe algo de sua propriedade. Sua postura: - entregar sem reclamar.

Meu pai foi, para mim, um exemplo de pessoa bondosa. Ele era ao mesmo tempo bom e corajoso. Uma vez foi a uma "tocaia" fazer com que o assissino em potencial desistisse de sua intenção. Ele conseguiu. Uns 30 anos depois do fato o quase futuro assassino confessou-me que devia esse favor ao meu pai.

Meu pai montou um farmácia no antigo Distrito de Goiabeira, no município de Conselheiro Pena, MG, ali pelo ano de 1961. Ele deu, literalmente, a farmácia para os outros. Muitos anos depois um dos beneficiados contou-me que tinha oito filhos doentes e nenhum recurso para cuidar deles. O remédio que tomaram foi-lhe vendido fiado por meu pai, mas ele nunca o pagou, nem foi cobrado.

Minha família pagou caro por esse tipo de bondade, mas foi recompensada no tempo devido. Assim, só posso conluir que o homem é potencialmente bom, assim como é potencialmente mau. Não sei o quanto a questão é genética e o quanto é de natureza cultural. Só sei que o homem mau pode ser ocasionalmente bom e o homem bom, ocasionalmente mau.

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