sábado, 7 de novembro de 2009

Sócrates, Platão e Aristóteles

Sócrates, Platão e Aristóteles. Eles estão na base da filosofia ocidental.

Com Sócrates, segundo penso, ainda hoje podemos aprender a arte de perguntar para aferir o grau de ignorância/conhecimento do interlocutor que reivindica sabedoria. Com ele aprende-se, ainda, a arte de ensinar colocando o aprendiz no centro da aprendizagem, como se já conhecesse tudo e precisasse apenas ser lembrado. Essa arte ele chamou de maiêutica. Ela foi usada pelos Estados Unidos, na década de 60, para revitalizar o ensino da física.

Destaco, de Platão, para uso atual, sua classificação dos graus do conhecimento. Ele procurou distinguir a opinião do saber. Para ele, o contato sensível com os objetivos gera resultados práticos, mas não gera conhecimento verdadeiro. O conhecimento iniciar-se-ia com o uso de relações matemáticas, tese que veio a ser defendida e praticada mais tarde por Galileu Galilei e Newton.

O conhecimento mais avançado, para Platão, só seria alcançado no mundo das ideias. O mundo ideal deveria, pois, ser articulado para imitar o mundo perfeito das ideias. Essa sua postura gerou muita confusão, inclusive o racionalismo dissociado da prática. Mas, não creio que a confusão gerada pode ser creditada inteiramente a Platão. Suas ideias a esse respeito, na minha opinião, estão na raiz do método científico de Einstein.

De Aristóteles, entre as suas muitas contribuições, ressalto que ele ultrapassou a mera especulação e dedicou-se à pesquisa direta da natureza. Em termos teóricos fundamentais, destaco o seu trio: potência, ato, movimento. A partir desse trio, pode-se dizer, por exemplo, que tudo que existiu, existe ou existirá, sempre existiu em potencial. Entretanto, somente pelo movimento, sob condições apropriadas, o que existe em potencial pode ser atualizado. Esse fundamento intuitivo pode, com moderação, ser usado para o debate sobre liberdade versus responsabilidade do ser humano.

A esse respeito poderíamos dizer, com Abraham Maslow, que todo ser humano, para atualizar o seu potencial, precisa ser submetido às condições que o levem a isso. Suas necessidades básicas devem ser satisfeitos durante o processo, e para que o preocesso de atualização se realize. As capacidades, como disse Maslow, clamam para ser usadas, e não cessam o seu clamor enquanto não forem completamente usadas.

É preciso revisitar as ideias centrais de Sócrates, Platão e Aristóteles se quisermos compreender e transformar o mundo com bom senso. Os erros que decorreram das interpretações dos mesmos, especialmente das interpretações de Platão e Aristóteles, são bem conhecidos, e podem ser eliminados. Assim, pode-se promover uma nova abordagem construtiva à realização do potencial humano, sobretudo se adotarmos uma visão racional crítica, como a propostra por Karl Popper.

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