quarta-feira, 22 de julho de 2009

Calvino versus Mêncio

Nas duas postagens anteriores foram apresentadas, sem comentários, as opíniões de Calvino e de Mêncio sobre a natureza humana. Entretanto, delas decorrem as seguintes consequências lógicas, se levadas a sério:

1) Visão de Calvino
Se cada indivíduo for deixado agir segundo a sua própria vontade, o mundo vira um caos, como de fato se pode comprovar pela História. É preciso, pois, limitar a ação do homem, quer sob a autoridade de Deus - que Calvino julgava estar bem delimitada pela Bíblia Reformada -, quer pelo estabelecimento do estado de direito laico. Nos dois casos é preciso, como afirmou Freud, fazer com que o educador introjetado - superego - leve o indivíduo à autodisciplina. Na sua ausência, é preciso impor a disciplina, de preferência pelo amor, mas também, se necessário, pela dor. A justiça deve ser assessorada pela espada.

2) Visão de Mêncio
Parece um pouco mais suave, mas leva às mesmas consequências. Abre-se espaço para a educação das crianças num clima de muita serenidade, sem a necessidade de impingir-lhes o medo, mas com os devidos castigos para os recalcitrantes contumazes.

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