terça-feira, 29 de setembro de 2009

O papel educador do trabalho

Segundo Platão, a vida nobre seria de natureza contemplativa. Mas isso exigiria aprender a filosofar. Seria necessário, ainda, que se alcançassem as quatro virtudes cardeais do caráter: justiça, temperança, coragem e sabedoria.

O desenvolvimento de tais virtudes, atualmente, exige uma vida social ativa, porém, principalmente, com foco no trabalho. É no trabalho que se aprende a cooperar, obrigatoriamente. Mas, essa cooperação deve trazer alegria aos trabalhadores associados para melhorar suas condições de vida.

No trabalho os instintos precisam ser temperados. Nele não há lugar para se fazer o que se quer, pois, além de respeitar o outro, é preciso respeitar o processo de produção. Às vezes, é preciso ter coragem de experimentar o novo, visando à obtenção de resultados melhores. Se o chefe extrapolar sua autoridade, cumpre enfrentá-lo corajosamente, mas com a astúcia necessária para educá-lo. Nisso a coragem se alia à sabedoria.

No trabalho é necessário ser parcimonioso no uso dos recursos disponíveis. A ordem deve ser pesquisada e praticada para se extrair o melhor das pessoas e do sistema de produção. A transparência nas relações torna-se fundamental para se criar um clima de respeito. O apreço pelo belo pode ser exercitado tanto no ambiente quanto no produto do trabalho. Os cuidados com a segurança e a saúde devem ser permanentes.

A grande diretriz inerente ao ato de trabalhar é servir ao próximo. Mas, em cada momento, é necessário estar atento às condições presentes na ação produtiva. A busca do absoluto, na trabalho, convive com situações que mudam continuamente para atender às demandas da sociedade em regime de liberdade de escolha.

Enfim, o trabalho tem a finalidade de educar o homem para que, no tempo certo, ele possa viver com a consciência pacificada pelo dever cumprido. É uma pena que algumas pessoas tentem fugir do trabalho, ao mesmo tempo que a algumas pessoas ele é negado na sua forma digna.

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