quinta-feira, 13 de maio de 2010

Da imitação à inovação: a dinâmica da civilização

O processo civilizatório, que se pode acompanhar nos bons livros de História, valeu-se das vivências involuntárias, impostas pelas condições de existência, tanto quanto do empreendimento dito científico, isto é, a execução de experimentos intencionais para gerar conhecimento em todas as áreas da vida.

As muitas vivências e os muitos experimentos geraram modos de vida considerados mais ou menos satisfatórios, sob vários pontos de vista. No que se refere à melhoria da qualidade de vida, os avanços foram notáveis. Muitos deles, conforme ressaltou Francis Bacon, foram ocasionais, ou baseados na imitação da própria natureza, em especial os animais construtores, como o João de Barro e o Castor.

Os casos mais recentes do Japão e da Coreia do Sul são exemplos que demonstram o valor de imitar aqueles que conseguiram os resultados que estão sendo buscados. A China segue o mesmo exemplo desses dois países. A imitação, num primeiro momento, é feita da forma que se pode fazê-la, quase sempre com muito sacrifício. Entretanto, em algum momento ela tem de ser uma imitação criativa, sob pena de não se alcançarem os resultados desejados.

O simples nivelamento em relação ao estado da arte da civilização representa um esforço gigantesco. Contudo, as mudanças continuam ocorrendo de forma acelerada por meio da inovação, seja em sentido restrito, de pequenas melhorias, seja em sentido mais radical. O futuro, portanto, exige inovação. E foi isso que a Coreia do Sul aprendeu (veja o livro Da Imitação à Inovação: a dinâmica do aprendizado tecnológico da Coréia, de Linsu Kim).

Em qualquer área da atividade humana, seja para o indivíduo, organizações e países, essa é a sequência natural a ser seguida: imitar, imitar criativamente, e inovar. Assim caminha a civilização sob a perspectiva tecnológica. Resta-nos fazer o mesmo sob a perspectiva cultural.

Como sabemos, a tecnologia pura pode trazer benefícios em termos de bem-estar material, mas pode acelerar a destruição do Planeta se o ser humano não for educado para o consumo saudável. Atualmente percebe-se que o consumo tem tendências altamente destrutivas a médio e longo prazos. Resta-nos, então, cuidar para que o avanço se dê também no nível moral.

Nenhum comentário:

Postar um comentário