sábado, 24 de outubro de 2009

Embora a simples citação da palavra fé remeta-nos quase imediatamene à sua conotação religiosa, mesmo a sua definição a partir da Bíblia reporta-a ao seu aspecto universal, como se vê em Hebreus 11:1: "Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que se não vêem".

Einstein (veja-se o livro A Imaginação Científica, de Gerald Holton), ressaltou que a mais avançada ciência só é possível pela fé dos cientistas na existência daquilo que não veem, mas que, estando intensamente envolvidos na sua busca, lhes aparece como axioma cujas consequencias lógicas podem ser previstas e testadas por experimentos.

Os ateus, especialmente aqueles que são ativos contra a ideia de Deus (veja-se o livro Deus, um delírio, de Richard Dawkins), são também homens de fé: acreditam que não há Deus. Dawkins mostra-se realmente possuidor de um espírito científico nesse assunto, pois aceita o Deus de Einstein e, além disso, coloca-se no nível 6, numa escala de 1 a 7 de ateísmo.

No dia-a-dia, todo movimento dos seres vivos é alimentado por uma fé natural, inerente ao organismo. Só o homem pode ter uma fé sobrenatural, porém passível de comprovação pelas práticas decorrentes dessa fé. Quando sua fé não é referendada por sua prática, presume-se que ela seja apenas nominal, o que o torna um ateu prático ou um religioso teórico.

Sob uma perspectiva laica, a fé pode ser substituída por palavras que gerem menos efeitos emocionais, como confiança e autoconfiança, por exemplo. Nesse campo, mais uma vez, prevalece a semântica como facilitadora ou dificultadora da comunicação humana.

Nenhum comentário:

Postar um comentário