quinta-feira, 17 de junho de 2010

Educação para a vida

A educação sistemática visa, no meu entendimento, a acelerar a capacidade de resolver os problemas que os educandos encontrarão pela vida. Como nunca se sabe quais os problemas que cada um enfrentará na prática, deve-se dar a todos os educandos os instrumentos mais gerais para que possam lidar com problemas de forma genérica, mas sempre exemplificando a solução de problemas específicos.

Entre os problemas mais comuns que as pessoas encontram pela vida, citam-se, entre outros: como conquistar e manter uma boa saúde; como tornar-se indepente financeiramente; como compatibilizar os interesses pessoais com o interesse coletivo. Entretanto, chamou-me a atenção o problema central da saúde.

Creio que não adianta antecipar nenhum tipo de sofrimento quanto à questão da saúde. Por outro lado, não é sábio deixar que os jovens cresçam totalmente despreparados para enfrentar essa realidade. O primeiro Buda, segundo consta da tradição, foi protegido da visão dos males do mundo e, por isso mesmo, ao ter contato com eles, entrou em profunda crise existencial. No seu caso parece que isso foi bom para a humanidade, pois estimulou-o a buscar o conhecimento profundo de si mesmo.

Ao visitar um Hospital, verifiquei que o câncer, por exemplo, não faz acepção de pessoas. Qualquer um pode ser a vítima. Vi o fumante com câncer no pulmão, e o alcoólatra com cirrose. Mas vi que o abstêmio, embora em menor escala, não está livre do câncer típico do fumante e do alcoólatra. Assim, é necessário precarver-se, mas não há garantia de que isso seja suficiente.

O remédio mais efetivo contra as doenças consiste em, além de se tomarem os cuidados necessários para a preservação da sáude, aprender a tornar-se imune ao medo da morte. E esse preparo deveria, em minha opinião, fazer parte da educação. Uma educação para a vida não pode ignorar que o homem nasceu para morrer.

A educação do homem integral deve levar em consideração a compreennsão das condições da existência. O trabalho, a saúde, o respeito pelo outro e pela natureza devem ser incentivados lado a lado com o ensino da leitura, da escrita e do empreendedorismo, entre outros aspectos. Como pano de fundo, a filosofia, a história das religiões e o domínio do método científico devem compor o grande quadro da educação para a vida.

Não basta formar o especialista. É a formação do homem integral que está em jogo. Os cidadãos precisam ter uma visão sistêmica da vida e, sobretudo, aprender a resolver os problemas típicos da existência.

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